Ouvir noticiários é uma espécie de dor de cabeça, de tortura, a que, embora sem alma de masoquista, é difícil resistir. No fim de contas, subsiste a necessidade de tentar saber “como vai este país” e o mundo. Será que se fica informado de alguma coisa?
De Trump espera-se a anedota do dia, pena que não sejam mesmo anedotas, apesar do mau gosto. As consequências não se vislumbram famosas. Ah! E os óscares ganhos pelos guardadores de envelopes. Por cá são as mensagens recebidas por Centeno, os rendimentos de António Domingos, a trapalhada da Caixa Geral de Depósitos, o BES, o GES, Socrátes e Cavaco e ad eternum a Operação Marquês que já percorreu todas as dinastias.
Num outro quadro - com o maior respeito e compaixão pelas vítimas que de facto o são - relatam-se as histórias do “neto que bateu na avó”, as imagens da calçada ensaguentada, do marido que fugiu ou da namorada agredida. São histórias reais e reveladoras de vivências sofridas, mas que exploradas da forma como são só servem para vender audiências. Por último, o futebol. O penalty que não foi, o que foi e o árbitro não viu; o golo marcado fora de jogo e o que respeitou as regras. São horas, horas e horas de bola para trás e para a frente.
Abençoado Papa Francisco que não gosta, e fez eco disso mesmo, que a sua imagem sirva para estampar camisolas, canecas ou outros utensílios. Enfim que não sirva para negócio. Um furo que os comerciantes se preparavam para explorar. Lá calha, nem todos gostam de enganar o “Zé Povinho”.
Deixemos os males e aconcheguemos os estômagos com os prazeres da mesa. Melhor dizendo com os bons pratos que a gastronomia regional oferece: lampreia e sável, em Vila Nova da Barquinha, e só o ciclóstomo em Mação.
Só uma nota, não concordo, nem nunca concordei, com este acordo ortográfico, respeito quem escreve segundo as novas normas, por concordância ou dever de ofício, daí que em abarca os textos apresentam grafias diferentes.