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01 MAI 2017
Pior a emenda que o soneto
Por Jornal Abarca

A Argentina vive dias cada vez mais difíceis. Há pouco mais de um ano atrás, o actual presidente Maurício Macri, que sucedeu a Cristina Kirchner, entrava no Fórum Mundial de Davos, na Suíça, (a reunião anual dos figurões da economia mundial) como a nova estrela da América Latina. Com as reformas económicas que prometia introduzir no país, de base neo-liberal refira-se, os agentes económicos internacionais olhavam para o recém eleito presidente como alguém que finalmente tinha livrado a Argentina do pesadelo “peronista”, e como o líder que repunha a Argentina no caminho neo-liberal que os agentes internacionais, como o FMI, achavam que o país deveria seguir. Não é que o neo-liberalismo não tivesse sido já experimentado na Argentina. A experiência, que remonta aos desastrosos anos 90, ainda é relativamente recente para não ser esquecida. Ainda assim, foi isso que Macri voltou a fazer no último ano e meio. A Argentina não estava, de todo, na melhor situação com o governo de Krichner. Afinal de contas, o país estava (e continua a estar) numa grave crise económica e as contas publicas, tanto internas como externas, estavam bastante deficitárias. Porém, Macri parece não ter compreendido os problemas existentes na Argentina e fez tudo aquilo que poderia piorar a situação do país. Começou por abolir o controlo sobre as paridades cambiais, conduzindo à depreciação do peso argentino face ao dólar em 60%; reduziu os impostos sobre as exportações de matérias-primas que permitiam ao governo encaixar consideráveis receitas fiscais e diminuiu os entraves às importações, o que reforçou o mau estado das contas externas.  Por último, negociou com os credores internacionais a possibilidade de permitir o regresso da Argentina ao crédito internacional, coisa que não foi possível nos últimos anos devido à retaliação internacional que resultou da recusa da presidente Kirchner em pagar a dívida externa. Ora, o efeito não podia ter sido mais adverso. A Argentina voltou a ser invadida por crédito externo, piorando ainda mais as contas públicas. A inflação no país ronda os 40% e os progressos sociais conseguido por Kirchner parecem já quase uma miragem. É caso para dizer “e tudo Macri levou...”

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