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02 OCT 2017
A inevitável China
Por Jornal Abarca

Os ânimos parecem cada vez mais exaltados entre os EUA e a Coreia do Norte. Contudo, por mais ameaças que Washington faça, uma mudança política na Coreia do Norte será quase impossível de concretizar sem o apoio da China. No fundo, isso revela como os EUA estão, na realidade, dependentes de terceiros para a concretização dos seus interesses. De facto, a resolução do problema com a Coreia do Norte depende quase totalmente da China e muito menos de qualquer míssil norte-americano ou sanção económica ocidental. Contudo, o não envolvimento chinês nestas questões deve-se, fundamentalmente a dois factores: com a queda do regime norte-coreano, Pequim receia que o colapso económico do país crie uma vaga de refugiados junto às suas fronteiras, que criará uma pressão económica e social complexa de gerir. Em simultâneo, com a queda do regime no norte da península coreana, a reunificação dos dois países significaria a perda do efeito tampão que a Coreia do Norte exerce entre a presença militar americana no sul e a fronteira chinesa. Todavia, a China é indispensável para uma solução global para a Coreia do Norte. Porém, para os Estados Unidos, a melhor forma de atrair a China para a sua causa, é garantir que os seus receios não se concretizam. Na prática, mesmo que o regime comunista caia, os EUA devem garantir a manutenção do statusquogeopolítico: não deverá haver reunificação das duas Coreias e, com o apoio da ONU, deverá ser encontrada uma solução multilateral e repartida, entre a China, Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul que suporte social, económica e financeiramente a reconstrução do país. Acima de tudo, os EUA devem garantir que a sua presença militar não se expande para além dos limites geográficos que ocupa actualmente na região. Mas estará a China disposta a ser a solução para um problema americano? A China nunca abdicará de salvaguardar a estabilidade na região e opor-se-á a qualquer iniciativa armada. Por isso, pela posição ideológica do presidente norte-americano, levará o seu tempo até que se perceba que a China é, na realidade, a peça-chave para uma solução para as tensões na região.

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