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01 SET 2017
Fúria e fogo ou os sinais do medo?
Por Jornal Abarca

Depois dos protestos na Virgínia, depois de ler cada tweet de Donald Trump a passo de formiga,

de ouvir as atrocidades dos diálogos do líder dos KKK na América, vejo a insurreição de uma onda

gigantesca de racismo e de ódio ao estrangeiro, como se o estrangeiro ou o preto fosse o

culpado destas guerras patéticas mediáticas. Revolta-me mais a ignorância e a inconsequência dos

media do que a das pessoas que não são capazes de explicar que o árabe não é necessariamente

islamita e que a maior parte dos muçulmanos são e estão tão aterrorizados pela Isis como qualquer outro europeu católico.

Confesso que neste momento uma sensação de desconforto, vergonha e vómito me invade. Não

só porque não aguento mais a CNN passar a historieta de Trump que vai “com fúria e fogo” destruir a Korea do Norte como me interrogo com uma expressão de caracol: “Se realmente os quer bombardear porque não o fez ainda?”.

Quando não aguento mais ver e ouvir os relatos da CNN, mudo de canal e vejo o que é o fogo real,

vejo o que são matas queimadas sem saber a extensão do prejuízo natural e humano, vejo lágrimas dos nossos correr e vejo homens reais, ainda mais pequenos pelo fogo a aparecer como se do meio das cinzas pudessem ainda trazer alguma esperança. Mas no fim fica tudo igual: tudo se mantém ao êxtase do momento, à notícia que acontece ali que é trágica, que arranca de nós um sentimento de medo, de terror, ou de tragédia.

Do fogo falso ao verdadeiro vejo este mesmo reflexo dos media em Portugal, na Europa e no mundo. Parem por favor de simplificar as coisas para caberem num espaço reduzido de um papel ou para caberem num flash de minutos numa página da internet que irá desaparecer depois.

Como instrutores de massas devemos passar factos e explicar fontes. Em vez de assistirmos incrédulos ao próximo fogo que se vai alastrar incitem as populações e mobilizem os meios para prevenir no futuro mais miséria. Talvez a instrução ou a educação das massas não seja tão estimulante mas neste ponto onde estamos numa espécie de “quase bomba atómica” toda a informação é bem-vinda.

Porque mais importante que todas as guerras políticas, financeiras e mediáticas é o ser humano: português, europeu, americano saber distinguir o sagrado do profano e do meio da destruição levanter os braços e dar maõs à obra para construir, plantar e destruir apenas o necessário e não o geral.

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