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01 NOV 2017
RECORDANDO 2005 - Final 17.10.20
Por Jornal Abarca

Escrevo em 18 de Outubro, ainda apatetado com a dimensão dos fogos que, uma vez mais, desgraçaram muitos milhares de portugueses. Que maldição terá sido proferida pelos deuses contra este Portugal de “povo sereno” mas que “não se sabe governar, nem se deixa governar”? Será, pelo contrário o último aviso para deixarmos de ser “serenos” e “mal governados”? Não me sinto nada feliz nem orgulhoso por, em 1974, ter escrito a minha pouca esperança nos efeitos da revolução e ter acertado.

Voltemos então à nossa triste realidade.

Na Primavera de 2005, o Eng. José Sócrates, recém nomeado primeiro-ministro, veio a Abrantes anunciar a boa nova a respeito dos fogos florestais. Como já referi.

Perante o falhanço confrangedor do combate ao fogo nesse ano, teve o Governo de então, em que António Costa era ministro da Administração Interna, de rever todo o esquema ensaiado, e elaborado o DL124/2006 que se mantém em vigor, apesar de nunca se ter mostrado útil a sua aplicação.

António Costa, na sua última e infeliz comunicação ao País, não se esqueceu de recordar, como louros do PS, a relativa acalmia de fogos desde então, mas ignorou convenientemente o ano negro de 2005 e a incapacidade dos governos PS, todos os anos confirmada, para ser eficaz na prevenção e combate ao flagelo dos fogos florestais.

Hoje, na sequência dos pavorosos incêndios do fim-de-semana e do discurso do Presidente da República, a ministra de Administração Interna exigiu a sua própria demissão ao Primeiro Ministro e afirmou que, logo após Pedrógão Grande, já tinha pedido para ser substituida. Confirma-se, assim, que estava a ser vítima dos interesses pessoais de António Costa, mais interessado na sua sobrevivência política do que em resolver os problemas do País.

A ex-ministra não pode, na minha opinião, ser culpada de três erros graves e evidentes.

Primeiro, não ganhou o lugar no MAI por concurso público, alguém descobriu as suas aptidões e a convidou para o espinhoso lugar.

Segundo, certamente que não foi dela a iniciativa da substituição de chefias operacionais do MAI, a poucos dias da “sacrossanta” época dos fogos florestais. A Drª Constança de Sousa, não faz parte da hierarquia do PS, não tinha poderes nem conhecimentos para escolher e colocar nesses lugares pessoas sem qualquer experiência das funções a desempenhar.

Terceiro, não pode ter sido da sua exclusiva responsabilidade não prolongar a “época dos fogos” tão grave se mostrava, perante as previsões meteorológicas do IPMA, tal decisão.

Pior do que todas estas politiquices, causa-me repulsa, as manobras da máquina de propaganda dos partidos ditos “de esquerda”, que inundam a internet com mensagens que insinuam ou mesmo afirmam que os fogos foram acendidos “pela direita”. Nos partidos de direita, como de esquerda haverá pessoas decentes e bandalhos, mas sacudir a água do capote desta maneira é nojento. E demonstra também uma preocupante falta de memória.

É certo que tudo o que aconteceu no último fim de semana é estranho e eu, que não sou “politólogo”, nem “especialista em fogos florestais”, “militante partidário”, ou “bruxo”, gostava de ver esclarecidos os mistérios que já mencionei.

Por fim,

Disse o Primeiro Ministro que, no fim de contas, era sempre ele o responsável pelos falhanços nos ataques aos incêndios deste ano.

Talvez devesse ser assim, mas não acredito que António Costa vá a Belém, de baraço ao pescoço, pôr o seu lugar à disposição do Presidente da Republica, a menos que as sondagens o façam sonhar com uma maioria absoluta. 

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