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01 DEZ 2017
43.º congresso da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP)
Considerações sobre os CB da administração local
Por Jornal Abarca

Já chove e os ânimos começam a arrefecer depois de uma panóplia de acontecimentos que despertou o bombeiro que existe em cada um de nós portugueses.

Ora, no passado fim de semana, em Fafe, realizou-se o 43.º congresso da LBP, disputando-se as eleições para os órgãos do dito organismo.

O inenarrável Jaime Marta Soares, Cmdt. QH dos BV de Vila Nova de Poiares, rei-presidente-mor da Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares, fundador da Polícia Municipal do mesmo concelho com 7 281 habitantes (!!!), etc., et. al, lá foi eleito para continuar o regabofe que tem vindo a desenvolver naquele organismo desde 2011.

Não sei se o meu CB e a entidade detentora, cuja "direcção" da qual faço parte, pois o órgão executivo de um CBM, na prática, é o Executivo Municipal, participou nos trabalhos do congresso, nem tão-pouco foi debatida a orientação de voto por parte, pelo menos, da dita entidade detentora (nos congressos da Liga, o comandante e o presidente da Direcção da Associação ou o Presidente de Câmara têm assento e direito de voto).

O que é certo, é que em muitas das intervenções que tive oportunidade de ver e ouvir, via online, não há uma única referência aos caminhos a tomar pela LBP em relação aos corpos de bombeiros das autarquias locais, sejam eles sapadores ou municipais, à excepção da intervenção do Comandante em substituição do CBM do Cartaxo.

Realmente David Lobato foi assertivo, afirmando que nunca viu "a Liga a fazer o que quer que seja pelos corpos de bombeiros municipais". E diz muito bem, porque quase sempre foi assim.

A LBP fala da Lei de Financiamento às Associações Humanitárias, mas não fala na discriminação de que as Câmaras Municipais detentoras de corpos de bombeiros são alvo. Fala da profissionalização dos operacionais, mas não fala nas centenas de assistentes operacionais que ganham 557 euros, e que tanto podem ser bombeiros "municipários" emprestados como motoristas, pedreiros ou jardineiros de um qualquer município. Fala da disseminação das EIP e de ambulâncias do INEM, mas não fala das situações regulares em que é necessário tocar a sirene para sair em 1.º alarme um VUCI, um VSAT ou uma simples ambulância, por vezes com a guarnição incompleta.

Mas, para além da LBP, a má vontade política, local e central, é também motivo para que o nada se consubstancie. Foi assim ao longo dos anos e continua a sê-lo. Felizmente existem excepções.

Falamos de coisas muito simples: - Criação da carreira de bombeiro profissional em muitos CBM onde não existe; - De reivindicar junto do Governo Central a criação de um pacote financeiro adicional para as autarquias detentoras de corpos de bombeiros; - Uma lei clara de funcionamento e regulamentação dos corpos de bombeiros das autarquias locais; - Entre outros...

Como diz, e bem, o Comandante do Cartaxo, David Lobato, se calhar estas pessoas ligadas aos corpos de bombeiros das autarquias locais começam a não ter assento na LBP, até porque começa a não interessar, por um simples motivo: a Liga não nos liga!

Talvez esteja na altura de deixar de pagar as quotas à LBP, deixar os egos de lado, sejam eles políticos ou operacionais, e reactivar o FOCOBAL (Fórum dos Corpos de Bombeiros da Administração Local). Talvez assim as preocupações vão para além das medalhas, medalhinhas, medalhões e crachás.

(escrito em 2 de Novembro de 2017).

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