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01 NOV 2017
Ciência para a paz e desenvolvimento
Por Jornal Abarca

Desde novembro de 2001 que o dia 10 do referido mês é celebrado como “Dia Mundial para a Paz e o Desenvolvimento” na sequência do reconhecimento, pela UNESCO, de que “a ciência tem repercussões na paz e no desenvolvimento, e deve ser utilizada com o objetivo de criar sociedades pacíficas e sustentáveis”. A resolução aprovada citava a Declaração sobre a Ciência e o Uso do Saber Científico elaborada dois anos antes na “Conferência Mundial sobre a Ciência” (Budapeste, 1999), na qual era afirmada a “necessidade de ligar ciência e sociedade” e propunha o apoio às atividades nacionais, regionais e internacionais oficialmente reconhecidas, que se propusessem participar na referida celebração anual e continha o incitamento aos Estados Membros, organizações governamentais, universidades, centros de investigação, academias, sociedades culturais, associações profissionais e escolas a envolverem-se ativamente na concretização de iniciativas que conduzissem os cidadãos em geral a contactos informais com as diversas áreas da ciência, com os investigadores e com locais de investigação e, simultaneamente, colocassem os investigadores a contactar com públicos a quem deveriam falar dos seus trabalhos e demonstrar os seus possíveis contributos para o bem-estar comum e para o desenvolvimento das sociedades.

Na verdade, esta decisão da UNESCO surgia integrada no conjunto de outros “dias mundiais” ou “dias internacionais” dedicados a temas específicos e sobre os quais aquela agência da Organização das Nações Unidas propõe que se reflicta conjuntamente, considerando que só com o desenvolvimento de projetos relacionados com educação, ciências naturais, ciências sociais e humanas e literacia se pode contribuir para o desenvolvimento de sociedades culturalmente sãs, tolerantes e sustentáveis, com o objetivo permanente de erradicar a ignorância, a pobreza e o analfabetismo absoluto e funcional, em todo o mundo. O “Dia Mundial da Ciência para a Paz e o Desenvolvimento” pode ainda conter objetivos mais ambiciosos pois, a algum conhecimento sobre ciência, pode juntar capacidades de entender em que medida o saber científico pode ser dedicado, exclusivamente, à paz e ao desenvolvimento, quer se trate de domínios da electrónica ou da informática, das energias, saúde, astronomia ou investigação espacial, de entre muitos outros. Poder-se-á recear efeitos de radiações X ou ultravioletas, bem como da energia nuclear, sentimento que se modificará um pouco se percebermos os seus benefícios quanto utilizados com moderação e … como recurso para o diagnóstico e eventual tratamento de certas doenças.

A contemplação do céu, à noite, constituirá um magnífico laboratório onde desafiar os nossos conhecimentos e capacidades para os desenvolver, não só pela evocação de histórias e lendas que sobre ele foram desenvolvidas ao longo de toda a história da humanidade mas também por factos simples como efeitos visuais de aves migratórias, pouco depois do crepúsculo vespertino ou – produto de tecnologias modernas – pontos luminosos que deslizam em relação ao “pano de fundo” constituído pelas estrelas. O conhecimento de que os aviões são portadores de sinalização luminosa, de cores diferentes e alternando entre o “acesa” e “apagada”, é suficiente para não se estranhar o facto de ser considerável o número de aeronaves que podem ser observadas a qualquer hora da noite. Pelo contrário, os satélites artificiais – máquinas lançadas em órbita terrestre a apenas algumas centenas de quilómetros – apresentam-se como “pontos luminosos” que, mais ou menos intensos, mantêm o seu brilho desde que surgem em algum ponto da esfera celeste até se “apagarem”, uns poucos minutos depois. Porque são visíveis por reflectirem luz do Sol, só serão observados às primeiras horas da noite ou, de madrugada.

São mais de três mil os satélites artificias (conhecidos) em órbita terrestre, a maioria dos quais cumpre a missão sugerida pela UNESCO de “contribuir para o bem-estar e desenvolvimento” dos cidadãos, uma aplicação pacífica do conhecimento e das tecnologias. Serão de muitos milhares as iniciativas do “Dia Mundial da Ciência para a Paz e Desenvolvimento” que, em todo o mundo, sensibilizarão cientistas e cidadãos comuns para os benefícios decorrentes do conhecimento generalizado da ciência e dos diferentes usos que dela pode ser feito.

No Centro Ciência Viva de Constância reunir-se-á um grupo de senhoras radioamadoras que estabelecerão contacto com radioamadores de todo o mundo, numa iniciativa que, para além de satisfazer a curiosidade das largas dezenas de visitantes esperados no sábado, dia 11, se ligarão a diversos pontos do nosso planeta, através de um indicativo que contêm as letras WSP, correspondentes a “ciência e paz no mundo”, a partir de um local onde, diariamente, se divulga a importância do conhecimento científico.

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