Lembro o primeiro ano em que cheguei à Bélgica e era ainda uma estudante da ESTA. Quando cheguei trazia um livro comigo: “Everything bad is good for you” – O que significa tudo o que é mau é bom para ti. Um livro muito interessante que me fez refletir sobre o valor da dificuldade e a importância do ser humano se ultrapassar e se confrontar com dificuldades. O livro tem um capítulo, por exemplo, muito interessante que fala sobre o facto de ser importante para um telespectador assistir a um mau filme ou ler um livro medíocre . Apenas o conhecimento sobre o que é de qualidade ou sobre o que é apenas de entretimento esclarece o indivíduo.
Este ano foi para Portugal um ano marcado por grandes desafios, eventos, tragédias e muitas dúvidas para o futuro. Este ano marcado por fogos que deflaglaram no norte e no sul do país levantaram muitas questões sobre se por exemplo é necessário ou não ter um plano de emergência e de salvaguarda para proteger as matas do fogo. Muitos dos nossos morreram no fogo mas talvez e apenas depois desse grande mal as pessoas e o governo entendam que a salvaguarda da mata ou da floresta não é apenas um tema, que despertem as consciências durante o período de Verão.
A mesma situação se aplica ao desastre natural no Tejo, as pessoas ficaram mais conscientes depois de as imagens do drone serem divulgadas: os protestos, a manifestações foram sinais que as pessoas não estão mais dispostas a tolelar os abusos aos seus recursos naturais. E que muitos desses rescursos para além de contaminados são muito difíceis de recuperar.
Este ano foi também marcado pelo Festival da Eurovisão e pela visita do Papa a Fátima.
Isto pode parecer uma crónica mistíca ou quase cansada, mas temos de levantar os olhos ao céu procurar qualquer coisa maior e pensar que apesar de tudo entre mortos e feridos há sempre alguém ou alguma coisa que se salva ou se recupera. Para todos os que morreram nos fogos e para para os familiares deixo as minhas sinceras condulências. Existe conhecimento que só chega depois de grande dor.