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01 FEV 2018
"#Não adoto este silêncio"
Por Jornal Abarca

Continuo incrédula perante pessoas, entidades e instituições com responsabilidade na área das crianças e jovens por fazerem mais barulho perante “Raríssimas e SuperNannys” do que o falhanço de um estado que não protegeu as crianças que lhe foram entregues com essa finalidade.

A persistência do silêncio de uns, os passos temerosos de outros, as aberturas de inquéritos de outros, não têm sido suficientes perante o marcar de posições firmes e sonoras daqueles que se fazem ouvir sem dificuldade perante alguém que gere uma instituição de forma “rara” ou, ainda, perante um programa televisivo de um canal privado que expõe crianças de forma despudorada. Porquê? Porque é mais difícil protestar e insurgir-se contra o Estado do qual fazemos parte e somos elemento dessa cadeia.

É irónico que tenha sido criado um movimento para reclamar do Estado aquilo que pela sua natureza ele está obrigado: o cumprimento da função política. Por outras palavras, defender as pessoas dos abusos dele próprio. Dos abusos do Estado.

O ano de 2017 caracterizou-se, indubitavelmente, por um estado em duas velocidades. No primeiro semestre lá foi andando, ou melhor “geringonçando” e no segundo semestre “desgeringonçou”.

Já aqui plasmei que um Estado manifesta verdadeiramente a sua eficácia quando é chamado a assumir e exercer as suas funções de Estado. Descansem que não vos vou massacrar com o SIRESP de António Costa e o Ministro da Defesa que não recordamos o nome. Mas perante uma Segurança Social que entregava crianças em lares ilegais para estes protegerem e cuidarem, perante uma Santa Casa da Misericórdia que confiava em relatórios falsos, perante cartas enviadas ao Tribunal de Família e Menores que não se sabe o destino, perante mães que não foram ouvidas nestes ou foram à PSP e “nada a registar”, abrir um inquérito continua a ser muito pouco !!!!.

Obviamente que este caso obriga a uma discussão na Assembleia da República. Obviamente que este caso obriga a um inquérito parlamentar para apurar responsabilidades políticas, administrativas e judiciais. Os diversos órgãos do Estado e agentes que agiram em seu nome deverão ser RESPONSABILIZADOS. Repito.A esta responsabilização chama-se exercer função de Estado.

Temo que, mais uma vez, o Estado continue imperturbável no seu assumir de falhas e abusos. Infelizmente é algo quase inerente ao exercício do seu poder que se arrasta no tempo e perpetua como se  fosse inimputável.

O ruído contra as “Raras e Supernanys” continua em alta voz porque este não incomoda entidades e instituições representativas. Não mexe com interesses que possam atingir directa ou indirectamente os interesses dos que se fazem ouvir. É fácil vociferar contra uma IPSS (afinal até já conhecíamos outras assim…) ou contra a SIC e um formato de programa. Mais uma vez, “o jogo de cintura” das entidades e instituições é notório e manifesta-se ao sabor dos seus objectivos caseiros.

O homem quando integrado numa subordinação hierárquica e dependência económica perde voz. Ainda que se revolte interiormente, no círculo familiar ou de amigos não troca, amiudadamente, a sua liberdade pela sua subsistência.

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