Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.
Sentir tudo de todas as maneiras.
Sentir tudo excessivamente,
Porque todas as coisas são, em verdade, excessivas
(“A Melhor Maneira de Viajar é Sentir”, de Fernando Pessoa)
Finalmente, os céus ameaçam abrir e a chuva benfazeja começa a cair sobre campos e searas sequiosas.
O Tejo apresenta as tonalidades habituais e dizem que os peixes retomaram os seus percursos de sempre, mas por debaixo muita água terá de correr para limpar anos e anos de deposição de toda a espécie de resíduos. E de pouco adianta roubar computadores que, supostamente, guardam as análises denunciadoras dos principais poluidores.
Pelo Tejo irão subir os barcos engalanados para navegar alguns metros no Zêzere e atracar no cais de Constância. A vila que no fim de semana da Páscoa honra a Nossa Senhora da Boa Viagem e de forma simbólica pede a bênção para os seus marítimos. Nome pelo qual eram conhecidos os barqueiros da região.
Mais a norte, o Sardoal abre a porta das suas igrejas e capelas e mostra algo de único na região: o chão atapetado de flores e verduras recriando cenas da paixão de Cristo. A Semana Santa envolve toda a comunidade e dá nome à vila no âmbito do turismo religioso.
Entretanto, falando em turismo, a gastronomia tem sido um cartão de visita para chamar visitantes. Mação, devido à poluição do Tejo, cancelou o tradicional Festival da Lampreira. Vila Nova da Barquinha optou por manter o seu Mês do Sável e em Vila de Rei o bacalhau é rei.
Por esta edição circulam outras histórias. Experiência de quem cruzou os mares oferecendo o seu apoio aos refugidos na ilha de Lesbos, quem desenvolve na sua terra a arte ancestral de esculpir a madeira ou de quem luta por continuar a tratar as suas colmeias contra todas as secas, incêndios e invasões.
Num convite a folhear o abarca “descubra” os encantos do concelho da Golegã e prepare-se para ver a street art transformar as freguesias barquinhenses