Esta é a edição anual em que o jornal é notícia. Notícia pequena é certo, mas em que mais um ano passou e o abarca entra no seu 28.º ano de existência. Vinte e oito anos a navegar em águas nem sempre límpidas, nem sempre calmas. Viagens mais ou menos longas entre cada número. Começou mensário, passou a semanário, alongou a periodicidade para quinzenário e nos anos imediatamente anteriores de novo mensário. Mas só a periodicidade “voltou” ao início. O actual mensário pouco ou nada tem que ver com o inicial. Mais revista do que jornal, transcende os limites do concelho onde está sediado e, número após número, tenta levar ao leitor temas que a “nossa” agenda considera relevantes. Uma palavra muito especial para o nosso excelente leque de cronistas que contribuem para que o abarca seja um jornal diferente
Sem qualquer dependência religiosa ou política, vivemos do nosso trabalho “pago” pelos nossos milhares de leitores e anunciantes, a quem calorosamente saudamos e agradecemos.
Abril, mês em que convencionamos comemorar o aniversário do abarca, guarda em si o enorme encanto da revolução dos cravos. Foi há 44 anos e para que a memória não se extinga em neuróticos cliks, likes ou deletes é sempre bom lembrar:
“(…) E se esse poder um dia / o quiser roubar alguém / não fica na burguesia / volta à barriga da mãe!
Volta à barriga da terra / que em boa hora o pariu / agora ninguém mais cerra / as portas que Abril abriu!” (“As portas que Abril abriu”, de José Carlos Ary dos Santos).
Considero que ser livre é a condição primeira de felicidade. Liberdade de pensamento e de acção, viver sem amarras e, abstendo-me de mais considerações: ser livre faz parte da condição humana. Mas até lá “(…) Ai quanto caminho andado / sozinha dentro de mim / ai quanto caminho errado / sem fim.(Adágio, Ary dos Santos
Obrigada a todos os que gostam e acreditam neste jornal.