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01 MAI 2018
O melhor 25 de Abril de sempre
Por Jornal Abarca

Existem datas, pessoas, locais que são para cada um de nós únicos. O 25 de Abril é para mim uma dessas datas, o significado histórico, familiar e humano que tem para mim é incomensurável.

Já se passaram mais de dez anos desde que celebrei o 25 de Abril em território português. Será que este ano ao invés de sair armada de conhecimento para ir trabalhar vou sair armada com um sorriso para apanhar um avião, aterrar em Lisboa e sair como as tropas armadas de Santarém para espalhar a magia do 25 de Abril? “De Santarém para o mundo”. Este será o título do meu próximo post no facebook sobre o que é o 25 de Abril com subtítulos em inglês. Talvez alguma empresa americana se interesse pela mediatização do evento.

O facto de se poder festejar seja lá o que for já é uma vitória, só o facto de estarmos agora aqui, de rirmos de quem quisermos, com quem quisermos, faz desta data um dia muito especial. Não existe dinheiro ou qualquer outro valor (disciplina, segurança) que se possa equivaler a esse momento de cravo em flor, quando juntos ridicularizamos políticos, jornalistas, pessoas comuns, quando somos critícos não simplesmente por o querermos, mas simplesmente porque podemos pensar por nós próprios sem qualquer tipo de penalização, castigo ou tortura.

O meu pai saltou várias vezes a fronteira antes do 25 de Abril .Depois de emigrado e já depois de estabelecido na provícia da Baviera, na Alemanha, quando viu o que se passava em Portugal pensou regressar ao país de origem, porque apesar de todo o sofrimento, tempo, lágrimas, suor e sangue nunca podemos negar ou esquecer quem somos. Para o meu pai, Portugal era o país dele, mas o Portugal do meu pai era e só podia ser um país livre, por isso regressou depois do 25 de Abril. “Não há machado que corte a raíz do pensamento” – esta podia ser a citação que melhor define o que o meu pai deve ter sentido quando ouviu pela rádio, viu pela televisão o que se estava a passar e voltou a casa.

Em termos históricos o que podemos dizer do 25 de Abril? Existe o antes e o depois. O antes da mocidade portuguesa, das mulheres com uma expressão a preto e branco a ficarem em casa porque esse era o lugar onde deveriam ficar. O país de “o soldadinho não volta do outro lado do mar”.

O país era uma “jangada de pedra” onde a coca-cola era proibida e o simples reunir-se com um grupo de amigos poderia ser algo suspeito. 

Vivemos agora o pós 25 de Abril onde tudo pode ter todas as cores, podemos ir para onde quisermos, falarmos com quem quisermos e acima de tudo beber o que quisermos.

Bem haja hoje e sempre 25 de Abril!

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