De que serve vestir frases bonitas e praticar o seu contrário?
De que vale sair às ruas e erguer cartazes com letras garrafais a apelar à igualdade, se no fim essas palavras vão para o lixo e o objectivo de quem as escreveu também?
É preciso fazer tão mais do que isso... Parem de se rotular uns aos outros.
Deixem o gordo em paz. E a anorética.
O popular. E o deprimido.
O mulherengo. E o maricas.
O desempregado. E o que vive para o trabalho.
O pobre. E o filhinho da mamã.
A barbie. E o intelectual.
O cachopo. E o que já está velho demais pra isto.
Vale mesmo a pena? É justificável o ataque fortuito com palavras e palavrões? É preciso humilhar, ofender ou denegrir o amor da vida de alguém, o irmão mais generoso do mundo ou o vizinho que diz sempre bom dia a quem passa?
Há ainda tanto por fazer em nome do respeito pelo próximo... Conseguimos perceber que é insuficiente vir à praça pública erguer lenços brancos, assim como já todos percebemos que ir à missa a um domingo de manhã não é, por si só, sinónimo de bondade.
Mais do que manifestações ou revoluções, é necessária uma tomada de posição individual. Firme. Incorruptível.
Tu, aí, põe a mão na consciência e pára para pensar um bocadinho.
És feliz?
O teu bem-estar passa mesmo pela tristeza do outro?
Aquelas constantes puxadas de tapete dão-te poder?
As tuas conquistas só acontecem com as derrotas que provocas?
Apontar os defeitos do outro torna-te mais bonito?
És mais respeitado quando agrides?
Pensa nisso! É o mínimo que podes fazer, para já...