João Pimenta, o homem que construiu apartamentos a preços económicos e se transformou numa figura nacional, nasceu no Souto (Abrantes) há 87 anos e a colectividade local prestou-lhe justa homenagem.

 

A Sociedade Recreativa do Souto homenageou o seu conterrâneo e sócio honorário, João Pimenta, mais conhecido por J. Pimenta. Com 87 anos e uma vitalidade invejável, João Pimenta recordou os tempos difíceis da sua infância na então freguesia una do Souto. “O que fiz por esta terra constituía uma obrigação. Foi aqui que nasci. Daqui parti, tal como muitos outros conterrâneos, à procura de uma vida melhor. Calcorreei o mundo trabalhando, muitas vezes em situações amargas, mas que no fundo têm um sabor especial: chegar a esta idade com a consciência do dever cumprido”. 

O homenageado recordou que o Souto foi, em tempos, “a maior freguesia” do concelho de Abrantes, sendo desmembrada para as freguesias de Carvalhal e de Fontes. Dos tempos da sua meninice guarda na memória, “o Souto cheio de gente ao domingo e nos dias de festa. Era uma zona rural, mas digna, onde se vinha buscar mão-de-obra, para muitas zonas do país”.

Ao longo dos tempos, João Pimenta ajudou a colectividade e as gentes da sua terra. Cerca de duas centenas de pessoas reuniram-se à roda da mesa para homenagear, no dia 4 de Novembro, o ilustre soutense, numa iniciativa da actual direcção, presidida por Luís Pedro: “Hoje é uma grande dia para a nossa sociedade recreativa. Queremos dar a conhecer aos mais novos, o sacrifício, o trabalho, muitas vezes ignorado, de João Pimenta. Personalidades como a sua enobrecem a nossa terra, o nosso concelho, o nosso país”.

O espírito jovial e empreendedor de João Pimenta não se apagaram com o tempo. Dirigindo-se aos presentes e em especial ao presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Nelson Carvalho, afirmou que o Souto possui “as melhores condições para o desenvolvimento do turismo”, dada a proximidade da barragem de Castelo de Bode. No entanto, alertou: “Faltam vias de acesso” e apelou aos empresários para “ajudarem na formação de uma sociedade, que permita constituir um pólo de atracção turística na albufeira de Castelo do Bode”.

Nelson Carvalho respondeu ao desafio, lançando o mesmo repto aos empresários: “A câmara não é um agente económico”, mas pode ser “um parceiro”. Justificando a sua presença no evento, recordou os seus tempos de adolescente em que havia um anúncio celebérrimo “Pois, pois, J. Pimenta”, que “era claramente uma marca do país”. 

Numa altura em que o país vive “uma situação muito difícil de crise e algumas dificuldades”, é importante mostrar “os bons exemplos”, neste caso “de um homem empreendedor. Um homem de uma enorme cultura de trabalho, de ambição, de projecto, de realização, de empreendimento, de criação”. Para o autarca, “não devemos ficar sentados à espera que alguém faça as coisas por nós. Tem que de haver capacidade e empreendimento e uma forte cultura de trabalho”. Afinal, argumenta, “é isto que o país precisa”. 

Adelino Branco, sócio número um da Sociedade Recreativa do Souto, considerou “óptima” esta homenagem, a qual “peca por tardia”. E sem rodeios, apontou “a inveja” como um factor que “leva muitas pessoas válidas do Souto, a afastarem-se da terra que os viu nascer”. 

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