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01 NOV 2006
"VENHAM À GOLEGÃ"
Por SILVINO NUNES

 

“Manter a tradição, não significa parar no tempo. Tem que se evoluir”. Palavras de Constantino Gaudêncio Lopes, presidente da Junta de Freguesia da Golegã

 

Estamos a aproximarmo-nos do S. Martinho. Como é que a junta de freguesia se interliga com a Câmara Municipal e a comissão da Feira Nacional do Cavalo?

A Feira Nacional do Cavalo sempre foi apoiada pela junta de freguesia. Uma decisão que se manteve com a nossa chegada ao executivo. O mesmo tem sucedido com o apoio à Câmara Municipal. Embora a junta não faça, directamente, parte da organização, está sempre disponível para apoiar, no que estiver ao seu alcance, para que a feira seja um êxito.

Apoios logísticos?

Normalmente, apoios monetários. Não estarei errado se disser que o melhor troféu da feira é, normalmente, oferecido pela junta de freguesia.

A Feira de S. Martinho é sempre motivo para o comércio, a hotelaria, a restauração, tenham maior volume de negócios…

É indiscutível que a Feira Nacional do Cavalo traz à Golegã muitas pessoas. Estima-se em um milhão de pessoas, o que é sempre uma mais valia para o comércio local. Há alturas, em que a comida acaba nos restaurantes.

Durante a feira, são instaladas muitas tasquinhas de comes e bebes. Há fiscalização adequada?

Esse assunto pertence ao passado. Hoje já não é possível servir refeições nas condições em que eram fornecidas há uns anos atrás. Até porque a Inspecção-Geral das Actividades Económicas está em cima deste tipo de certames. As autarquias da Golegã, também não têm interesse em fomentar a proliferação de restaurantes que não tenham qualidade.

Interessa que esses visitantes venham mais vezes ao longo do ano…

É importante receber bem as pessoas e dar-lhes condições para que gostem e continuem a vir à Golegã. A Golegã é visitada durante o ano e há muitas pessoas que compraram casa na vila, onde vêm regularmente. Pessoas que têm e gostam de cavalos e não só. A Feira Nacional do Cavalo não é para ver num ano e não voltar mais. A feira é todos os anos e uma grande parte das pessoas é sempre a mesma. Se elas vêm tantas vezes, é porque há algo que as atrai para além de feira.

Um aspecto muito contestado prendese com a vida nocturna durante o período da feira?

Não podemos querer “sol na eira e chuva no nabal”. Temos que conviver. A Feira Nacional do Cavalo traz muita gente à Golegã, logo há barulho, alguma desordem até às quatro ou cinco da manhã. Há alguns abusos… é um facto, mas ultimamente isso tem sido atenuado, com o deslocar dos bares para as zonas circundantes, visando permitir que uns se divirtam e que outros possam dormir.

Desde há uns anos, que a feira das quinquilharias está instalada fora do Largo do Arneiro. Foi uma decisão acertada?

Não sei se foi ou não acertada. Pessoalmente concordo, por uma razão muito simples: a Feira Nacional do Cavalo continuará a existir pelos séculos sem fim, nunca mais pára. A antiga Feira de São Martinho, a de quinquilharias, roupas, agasalhos… desapareceu, devido às grandes superfícies. Antigamente as pessoas na Golegã, e não só, andavam o ano inteiro a poupar para gastar no S. Martinho. Era o único hipermercado que havia. A partir do momento, em que as grandes superfícies proliferaram por todo o lado, esse conceito de feira de S. Martinho perdeu
um pouco o seu sentido. Ninguém poupa um ano inteiro para comprar os serviços de louça para as filhas que vão casar, as roupas, etc… enfim um conjunto de coisas que antigamente se comprava.

O rei da feira é de facto o cavalo?

No passado, o cavalo era só para os ricos, o que em pleno século XXI está ultrapassado. Muitas pessoas trazem o seu cavalo para a Golegã. Aqui existem condições para quem não tem cavalariças, tendo sempre a possibilidade de utilizar as boxes da câmara, junto do recinto da feira.

Como se pode conjugar a tradição goleganense com a modernidade que a freguesia está a ter?

Manter a tradição, não significa parar no tempo. Tem que se evoluir. Isso tem acontecido nos últimos,  independentemente de se gostar ou não de quem está à frente dos destinos do concelho. Houve até uma grande explosão em termos de urbanismo. A Golegã, ao nível da habituação, sofreu grandes transformações. Foram construídas muitas casas e há muitas pessoas a viver na vila, optaram por residir aqui. Todos temos de reconhecer
que esse desenvolvimento em nada prejudicou ou esqueceu as tradições goleganenses.

Para findar, uma mensagem/convite para que as pessoas venham à freguesia a que preside?

Venham não só pelo S. Martinho, mas regularmente. A Golegã é uma terra que sempre recebeu bem e continua a primar por isso. Está dotada de infra-estruturas que permitem visitar comodamente o certame. Se calhar, continuamos a não ter muitas melhorias nas condições ao nível da alimentação, mas a Golegã também não pode ter pessoas a viver permanentemente de um negócio que só vende pelo S. Marinho. Penso que é compreensível esta situação.

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