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01 NOV 2007
EQUITAÇÃO PARA TODOS
Por SÓNIA PACHECO

 

É unânime a ideia: demora-se toda a vida a aprender a montar. Mas as opiniões dividem-se sobre a melhor raça de cavalos destinada ao ensino.

 

Os proprietários das escolas de equitação defendem que esta não é uma modalidade de elites, assegurando que não é caro aprender a montar numa escola. São exemplos, em Constância, o Centro Hípico da Quinta de Santa Bárbara, em Abrantes, o Centro Equestre de Abrantes e a Quinta do Cabrito, e na Golegã, a Escola de Equitação Nicolau Pernes, propriedade da Associação Nacional de Turismo Equestre (ANTE).

Para aprender a montar o fundamental é “o entusiasmo e o amor à equitação”, afirma António Camacho Soares, um dos proprietários do Centro Hípico de Santa Bárbara. “Nós nunca sabemos montar, estamos constantemente a aprender e a evoluir”. Esta ideia é unânime, mas, quanto ao cavalo a utilizar nesta aprendizagem as opiniões dividem-se. Vítor Vergamota, presidente da ANTE, defende que, sendo o Lusitano “dócil”, é o melhor cavalo para as aulas de equitação, já que “um cruzado aquece muito e é preciso ter um braço forte para o aguentar”. No entanto, para António Camacho Soares, o importante é o temperamento dos cavalos. Independentemente da raça, é apenas necessário que seja calmo e tenha um grau de ensino adiantado. Por seu lado, Gonçalo Fragoso, proprietário da Quinta do Cabrito, desde 2004, considera que “se calhar, a raça que melhor funciona em Portugal é o sela francês. Devemos apreciar uma raça de acordo com o povo de onde ela vem e o povo mais parecido com o nosso em termos equestres é o francês”.

A Escola de Equitação Nicolau Pernes, que dispõe de cavalos Lusitanos, cruzados e um Sorraia, conta com cerca de 70 alunos e distingue-se pelo facto de acolher o desporto escolar, permitindo aos alunos da Golegã realizarem as suas aulas de educação física em contacto com os cavalos.

Também a Quinta do Cabrito se evidencia por poder contar com a colaboração do cavaleiro olímpico Vasco Ramires. “É uma mais valia em qualquer lado”, declara Gonçalo Fragoso que defende a “globalização”, ou seja, a equitação tem de ser simples no sentido de todos montarem os cavalos da mesma maneira. “Caso contrário, o nível equestre começa a ser pessoal e intransmissível e só os próprios donos conseguem montar os seus cavalos”. O proprietário deste Centro Hípico pretende ainda criar um circuito interno de provas para esta escola com cerca de 60 alunos e um efectivo de 23 cavalos de desporto, oriundos, praticamente, de toda a Europa.

O Centro Equestre de Abrantes, na Quinta da Feiteira, é um espaço camarário, explorado, desde há um ano, por Pedro Marchante e João Josefa. Com 15 cavalos, maioritariamente, Alemães e Anglo-lusos, esta escola já acolheu cerca de 30 alunos. “O objectivo é fazer deste espaço um ponto forte”, afirma Pedro Marchante.

António Camacho Soares e Joaquim Batuca fundaram o Centro Hípico de Santa Bárbara há 11 anos. Dos 21 cavalos existentes, destacam-se os Sela Francesa, Alemães, Holandeses e Belgas, na área da competição. Já com 85 alunos, esta escola “tem tido um desenvolvimento muito grande”, sublinha António Camacho.

É também de realçar a participação assídua, dos alunos destes centros hípicos, em festivais e provas federadas. Entre muitas medalhas, registe-se que o Centro Equestre de Abrantes arrebatou o segundo lugar no Campeonato da Juventude, a Quinta do Cabrito, conquistou o terceiro lugar no Concurso Internacional de Saltos de Obstáculos e o Centro Hípico de Santa Bárbara é vice-campeão da Europa em TREC.

Equitação: Turismo e Formação

Para além das aulas, os centros hípicos cedem o seu espaço para a realização de eventos, assim como, disponibilizam diversos serviços como alojamento, treino e desbaste dos cavalos. A Escola de Equitação Nicolau Pernes faculta também estágios de férias e formação, nomeadamente, cursos de atrelagem ou de auxiliar de monitores. Este último a iniciar em Janeiro.

Por outro lado, os centros hípicos, dispondo de cavalos Lusitanos, proporcionam ainda actividades de lazer, como as férias equestres, tendo em conta outra vertente da equitação, o turismo equestre. No entanto, segundo Vítor Vergamota, esta actividade, em Portugal, “não está em velocidade cruzeiro nem lá perto, devendo ser desenvolvido pelos associados da ANTE, que deveriam explorar os percursos equestres existentes, enquanto a associação deveria proceder à sua promoção a sua divulgação”. Refira-se também que a ANTE disponibiliza um carro de cavalos para fazer passeios na zona da Golegã.

Já a Lusitanus, a funcionar ao lado da ANTE, é vocacionada para um nível de equitação mais elevado, proporcionando estágios e clínicas para quem queira aprender a montar à portuguesa com cavalos ensinados em alta escola. Sendo estas formações especialmente destinadas a estrangeiros, a empresa possui quartos para o alojamento dos alunos. Criada em 1999, a Lusitanus, que tem como principais accionistas os maiores criadores de cavalos Lusitanos, tem como objectivo ajudar os sócios a divulgar a raça no mercado internacional e auxiliá-los no treino e na venda dos seus cavalos. Miguel Baena, vice-presidente da instituição, revela ainda que a Lusitanus está a instalar uma clínica veterinária permanente.

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