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01 ABR 2017
Esta barca tem 27 anos
Por Jornal Abarca

O Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa tem lugar cativo na secretária do meu escritório. Nele esclareço as dúvidas da nossa língua, a portuguesa, essa onde Mia Couto sente no “gosto da palavra, o mesmo que a asa sente aquando o voo”.

Quando escrevo e tenho dúvidas, os meus fiéis amigos estão sempre ali, à minha direita. Azuis e desengonçados. Dois volumes. Em regime de exclusividade. O “Dr Google” jamais ousará concorrer com eles.

Afirmo, frequentemente, que o “meu português” foi aprendido com a minha professora da escola primária, Madalena Nogueira Damas. Foi com a Senhora Professora Madalena que, de uma vez por todas, ou melhor, cinquenta vezes, não mais esqueci que “atrás de p ou b escreve-se sempre m”. Foi também na escola primária que percebi, logo na primeira classe, que gostava de Língua Portuguesa e Aritmética, nem por isso. Adorava fazer redacções. “Faltava-me o ar” quando tinha que calcular as quantidades de água que os tanques enchiam por minuto. Tanta conversa para dizer que a escrita é, para mim, uma arte de excelência. A “excelência” foi para acompanhar o linguajar da moda. Repito, linguajar. Foi intencional não referir comunicar.

Comunicar é o que abarca faz há 27 anos. Embarquei nesta barca pela mão da Professora Luísa Bastos e Silva (sim, também foi minha professora). Obrigada, mais uma vez. De coração! Sinto saudade de depositar a disquete na caixa do correio.

Conheci, posteriormente, a Patrícia (sim, a Fonseca) . Obrigada por me deixar continuar. E porque continuei conheci a Margarida.

É uma tentação ceder à comunicação do instante.

Um jornal imparcial, isento e coerente é tarefa árdua. Quando no pretérito mês de Janeiro, Maria Flor Pedroso na abertura do Congresso de Jornalismo que não se realizava há 19 anos (pasme-se…!!!), afirmou que actualmente a classe está “deslaçada e destroçada”, não pude deixar de reflectir sobre o tema que hoje, véspera do início da Primavera, retomei a propósito do aniversário dos 27 anos deste jornal.

Frequentei 10.º e 11.º anos na área de Jornalismo. Confesso que no 11.º ano vacilei entre Direito e Jornalismo. Com uma mãe a dizer que devia ir para Letras/Línguas e um pai que sem hesitação me aconselhava Jornalismo, escolhi Direito. Tudo isto para vos dizer que o jornalismo, actualmente, comunicação social, continua a ser um prazer na minha vida. E penso que se tivesse seguido esta área a serviria sem branquear ou falsear. Não me cansaria de denunciar. Dar voz aos que não têm voz. A imprensa condicionada por apoios e conveniências é falsa. Não são jornais. São pasquins. Já aqui falei sobre pasquins, leia-se, folhetos informativos do regime. Andam por aí…

Para a Margarida um obrigada, simples. Por lutar e sobreviver.

Fique descansada que este espaço é um jornal.

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