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01 JUN 2017
Lá vamos, cantando e rindo
Por Jornal Abarca

Levados, levados sim...

Era assim que começava o hino da Mocidade Portuguesa que aprendi a cantar, há 80 anos...  e só o Diabo poderá explicar porque me veio à memória...

Ou talvez não. Fazendo uma reflexão profunda, (estou a ver se consigo penetrar nos encantos do ioga antes de morrer) descobri que o meu recente azedume, quando devia estar a banhar-me em beatitude por Portugal navegar em maré de rosas, tem quatro causas, a ignorância, a estupidez natural, a inveja e o despeito...

Começo pela dificuldade em perceber coisas que aconteceram com a visita, como peregrino, do Papa Francisco.

Julgava eu que Portugal era uma república laica e que o seu magistrado supremo se devia comportar com neutralidade perante personagens religiosas que nos visitassem. Estranhei por isso o beija-mão do Presidente Marcelo, apesar de ser público e notório o seu catolicismo. Mais espantado fiquei por não ter ouvido qualquer comentário crítico quer do BE quer do PCP. Ter-se-ão convertido? 

O comportamento do PS, ao conceder tolerância de ponto aos funcionários públicos já me deixara incrédulo, mas uma vózinha interior segredou-me “É a política, estúpido, são as eleições autárquicas”,e eu sosseguei ...

Outra reacção injustificável terá sido desencadeada pela inveja. Ao ver e ouvir a actuação do Salvador quando ganhou o Festival doméstico, arrisquei, para mim e em segredo, um prognóstico: “Eh pá, com esses gestozinhos e essa vozinha, nem vais ficar nos vinte primeiros”. Aguentei o serão para ver... e render-me à evidência. Primeiro pensei, “Estes tipos são parvos...”depois pensei, “Parvo sou eu!...”Mas logo o meu ego arranjou melhor desculpa: “Foram os teus aparelhos auditivos velhos que não te deixaram apreciar devidamente a canção e o cantor”... E deve ter sido, ou então a inveja recalcada por eu aindanão ter ido a nenhum Festival.

Não sei se já repararam que não foram só os manos que ganharam o Festival, foi o Sr. Presidente, foi o Governo, foi toda a Assembleia da Republica, irmanados, por uma vez, num fervor patriótico jamais visto depois do 25 de Abril. Viva a música e todos estes músicos!

Por fim o despeito.

Só um fenómeno social como o Futebol, poderia equiparar-se à Música e à Religião. Simples de se entender, veículo de bons sentimentos como o amor à carteira, a fidelidade a promessas e o amor ao próximo, acarinhado pelos governos como um dos pilares da democracia, levado ao colinho pela comunicação social como fonte onde mata a sede de receitas, o Futebol viveu também (não para todos, claro...) momentos de entusiasmo e alegria a juntarem-se a todos os milagres económico-financeiros do Dr. Centeno. Este ano, e pela quarta-vez consecutiva, foram os adeptos do Benfica a fazerem a festa “urbi et orbi”.

Aqui tive eu, sportinguista da velha guarda, uma consolação: Constatar que, ao contrário do que propala uma imprensa desportiva nitidamente manipulada, o meu Sporting esteve quase a igualar o Benfica, devido, principalmente, ao espírito desportivo do presidente leonino.

Se o Benfica foi campeão do tetra, o Sporting sagrou-se campeão da treta

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