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01 ABR 2017
Global versus local
Por Jornal Abarca

Quando se fala das relações internacionais, o contexto local e os seus actores poderão ser a última coisa de que se poderá falar. As relações internacionais habituaram-nos a temas como diplomacia, política externa, guerras e conflitos, economia internacional, direito internacional ou geopolítica. Neste cenário, o contexto local parece, de facto, irrelevante. Mas longe disso. Os meios de comunicação locais, como jornais ou rádios, persistem como ferramentas fundamentais de ligação entre a escala micro e a escala macro, e de dinamização das comunidades locais. Por outras palavras, os medias locais são determinantes no contexto das relações internacionais para a divulgação das realidades locais. No fim de contas as relações internacionais podem ser vistas como o somatório das interações, a uma escala global, das múltiplas realidades locais. É por isso que os meios de comunicação locais são fundamentais: eles transportam para o mundo as dinâmicas inerentes às escalas sociais mais pequenas, quer seja uma pequena aldeia ou uma cidade. A mudança, antes de ser global, é sempre local e, é pela divulgação de novas ideias, que nascem localmente e posteriormente ascendem à escala global, que a evolução social é possível. No entanto, esta relevância levanta uma questão pertinente: a importância dos conteúdos informativos. Os meios de comunicação locais são, acima de tudo, canais de transmissão de conhecimento, o que lhes confere um carácter educativo e modelador das dinâmicas locais.

Este ano, o jornal “abarca” comemora o seu 27º aniversário. Nas últimas décadas, tem-se falado no fim dos meios de comunicação social como os conhecemos. Falou-se, e fala-se, repetidas vezes, no fim do jornal tradicional e, na ascensão do cidadão, que interage globalmente e partilha informação através da internet, como o próximo agente de comunicação. Aparentemente, os factos mostram que essa é uma realidade cada vez mais visível. Porém, os jornais locais permanecem como ferramentas imprescindíveis, porque acima do indivíduo, continuam a fomentar a ideia de comunidade e a manter as identidades locais vias, num contexto mundial globalizador que prima pela padronização de comportamentos e ideias. E, este é um trabalho que deve ser mantido e encorajado para evitar o aprofundamento da decadência das pequenas localidades rurais.

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