Pode servir de guarda, mas não é esse o propósito da sua existência. Do meu, pelo menos.
É dos seres mais fofos que alguma vez conheci.
Olha-me nos olhos.
Espera pacientemente por mim junto à porta.
Salta energicamente quando me vê.
Pede-me festas quando eu também preciso, mas retribui sem hesitar.
Agora sei que morri de saudades mesmo antes de o conhecer.
É muito mais que um amigo. Já me conhece como muito poucos.
Convida-me para brincar quando estou mais disponível e pede-me colo quando me vê sem forças.
É inteligente. Está atento. Preocupa-se.
Lambe lágrimas e feridas. Literalmente.
É o tipo leal. Por favor não confundir com lambe-botas. Ele não é desses.
Consegue fazer-me pensar e ajuda-me a relativizar.
Os pêlos aspiram-se. E voltam a aspirar-se as vezes que forem precisas. Qual é o problema?
O problema é que ele tem mesmo muito pêlo. Mas é tão fofinho...
Também tem picos de malvadez e são muitas as três da manhã interrompidas com um “estou aqui”, “levanta-te”.
Mas é tão lindo. Exigente, mas compreensivo. Um verdadeiro amigo.
Fazias-me falta antes de existires.
Fazes-me falta nos intervalos da minha existência.