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01 ABR 2017
Do ano de 1990 ao futuro presente
Por Jornal Abarca

Corria o ano da graça de 1990 e eu frequentava o meu primero ano de escola, em Fridão, numa aldeia de Amarante, na região Norte de Portugal. Nascia também neste ano o jornal abarca.

Aprendia na escola o nome de todos os rios de Portugal e de todas as montanhas. A professora repetia vezes sem conta: "Qual é o rio mais importante de Portugal?" e todos olhávamos assustados com medo de responder erradamente à pergunta. A professora tinha uma cana que um menino tinha trazido (por coincidência do rio) que servia para nos castigar quando dávamos uma resposta errada ou nos comportassemos de forma inapropriada.

Todos conhecíamos o rio Ôlo e o rio Tâmega porque todos sonhávamos com os longos dias de Verão no rio ao sol.

Mas o rio mais importante de Portugal, era uma coisa séria, e a professora tinha uma cana longa, amarelada e dizia: “Não se esqueçam que os rios têm de ser escritos com letras maíusculas."

A professora mostrava depois um mapa salazarista e apontava com a cana o rio mais importante de Portugal: "É o Tejo e nasce em Espanha". Isto para uma criança de 6 anos até nem parecia complicado, difícil era quando a professora dizia: "Depois vamos aprender os afluentes".

A criança de 6 anos que fui um dia nunca poderia imaginar que um dia haveria de escrever uma crónica sobre o Tejo, ou para um jornal chamado abarcaque tem uma história que já passou um quarto de século sempre ligada ao rio.

A criança que fui um dia nunca poderia saber o que eram drones. A mesma Paulinha que estava na primeira classe e tinha medo da professora ou de dar erros ortográficos no ditado, enviou vários e-mails hoje à comissão Europeia para saber que tipo de apoios uma catástrofe natural desta dimensão podem ser aplicados para minimizar as consequências.

Porque “Quando a última árvore for cortada, quando o último rio for poluído, quando o último peixe for pescado, aí sim eles verão que dinheiro não se come”. Tenho refletido sobre este provérbio indígena e tido outros pensamentos desde que vi as imagens do Tejo poluído.

Por isso é importante lembrarmos que existem jornais como a abarcaque precisam de continuar a existir, de jornalistas que continuam a trabalhar no duro, para expor os factos, como a professora de cana longa e amarelada a mostrar, a notiticiar e a informar as massas sobre o que é realmente importante.

Obrigado abarca por existir!

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