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01 JUL 2017
Paris: um bom ou mau acordo?
Por Jornal Abarca

O Acordo Climático de Paris tem sido referido frequentemente como o esforço derradeiro que conseguirá, com o compromisso dos Estados signatários, evitar males maiores para o futuro da humanidade. É quase a tábua de salvação para as gerações futuras.

Infelizmente está bem longe disso! Os números da Convenção das Nações Unidas para as Alterações Climáticas mostram-no claramente.

De forma a impedir que a temperatura média do planeta suba 2º centígrados, face ao período pré-industrial, até 2030, o mundo precisa reduzir, durante este século, as suas emissões de gases poluentes em 6 triliões de toneladas. Contudo, mesmo que as metas de Paris sejam cumpridas por todos na íntegra, prevê-se que, até 2030, o mundo apenas tenha reduzido as suas emissões em 56 mil milhões de toneladas. É uma gota de água face ao trabalho que temos pela frente.

Muitos acreditam que os avanços tecnológicos, progressiva e espontaneamente, conseguirão acelerar a transição para uma sociedade livre de carbono em poucas décadas, através de energias renováveis e meios de transportes “verdes”. Contudo, isso ainda é uma realidade difícil de concretizar. Combater as alterações climáticas continuará a depender das escolhas políticas e morais feitas por governos e pessoas.

A decisão do presidente Trump de retirar os EUA do Acordo de Paris tem sido, até ao momento, fonte de grande contestação global. Porém, considerando as metas definidas no Acordo, a presença efectiva ou não dos EUA no Acordo é irrelevante. Mas politicamente seria fundamental. Primeiro, sem Paris, os EUA ficam sem uma estratégia nacional de combate às alterações climáticas. Além disso, as alterações climáticas não conhecem fronteiras. Mesmo com uma estratégia nacional, se os Estados não as integrarem num esforço internacional conjunto e coordenado, elas terão pouco efeito. Haverá sempre o cumpridor e o prevaricador. Por fim, Paris deveria ser visto como o início e não como o derradeiro esforço de combate às alterações climáticas.

Nos próximos anos, os líderes mundiais deveriam cooperar de forma a melhorar as metas a serem cumpridas e, em simultâneo, empreender esforços conjuntos para criar uma nova sociedade global mais sustentável, próspera e equitativa.

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