Hoje deu-me para filosofar... E tudo porque sinto que me andam a enganar, à grande e à portuguesa...

Incêndios em Pedrógão.

O fogo tinha começado com uma trovoada seca quando um raio partira uma árvore, logo miraculosamente descoberta pela Polícia Judiciária.

Mentira. O fogo começou pelas 14h30 e a trovoada só apareceu, sem que nenhuma faísca tivesse caído naquele local, umas 3 horas depois.

Não se pode vencer a força da Natureza quando esta se zanga, mas o combate ao fogo foi pronto, coordenado, com os meios adequados e só a violência do incêndio e a pouca sorte podem explicar o número de mortes que se registaram.

Mentira. È agora indesmentível que houve, pelo menos no início, falta de meios e uma grande confusão, explicada em parte pelas falhas no sistema de comunicação. No que respeita à tragédia da estrada 236, também não terá sido pouca sorte, mas essencialmente a não existência das faixas de segurança de 10 m para cada lado, devido à incúria da concessionária da Estrada, da Câmara Municipal e, talvez, da GNR.

Roubo de material de guerra nos paiois de Tancos.

Esta “desgraça” ainda não causou vítimas, mas o que foi noticiado e explicado, pelo governo e pelos altos comandos militares é suficiente para nos interrogarmos: Estão a gozar connosco?

Então o que de início era uma facto gravíssimo, que justificou a exoneração de oficiais generais, passou, por artes mágicas, a ser simples furto de sucata?

A reforma da floresta

A Assembleia também não quis ficar atrás do Governo e das Forças Armadas e para os senhores deputados irem de consciência tranquila para férias, votou a mata-cavalos a reforma da floresta.

Foi constituida uma comissão de Técnicos Especialistas, altamente credenciada, para estudar o problema, cuja solução vai ser demorada e complexa, e vai sair, à pressão, legislação baseada na ignorância e nos preconceitos ideológicos de deputados eucaliptofóbicos?

Inquérito da Caixa-Geral de Depósitos

Depois de uma série de manigâncias para impedir o conhecimento do que se passou na CGD, o relatório que ilibava os gestores da Caixa de terem permitido empréstimos que redundaram em buracos de milhares de milhões de euros, acabou por não ser aprovado, por (imagine-se...) terem faltado dois deputados do PS !!!

A falha é tão inverosímil, que há quem apele à teoria da conspiração e pense que foi de propósito, para evitar o confronto directo com as futuras conclusões do inquérito dos tribunais...

A “lei da rolha” nos comandantes dos bombeiros

É certo que há um aproveitamento exagerado, em especial pelas televisões, do espectáculo que o fogo e o seu combate pelos bombeiros oferece, de borla, às televisões e logo na época do defeso...

Mas o que ressalta desta proibição é a preocupação do governo em não dar a conhecer más notIcias...

Nunca votei PS e tenho especial acrimónia pelos tempos da governação do Eng. Pinto de Sousa, mas tenho o direito, direi mesmo o dever, de manifestar a minha preocupação por achar os tempos presentes demasiado parecidos com os tempos da governação socrática.