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02 OCT 2017
Já passou o prazo de validade
Por Jornal Abarca

Escrevo a 48h horas da suposta pausa para reflectirmos em quem votar no próximo domingo, 01 de Outubro. Digo quem, porque penso que nas eleições autárquicas existe uma oportunidade para diferenciar e personalizar o voto. Ou seja, poder-se-á votar num movimento independente ou partido para a Junta de Freguesia, num outro para a Câmara Municipal e, ainda, num outro para a Assembleia Municipal. Já o fiz.

Cansada das campanhas sem imaginação, das canetas, das florinhas, das sacas (como se diz no meu norte), dos beijinhos“nas figuras da terra e velhinhos dos lares”- tal como escrevi num momento de desespero no meu Facebook, após uma “tortura” de 70 minutos traduzida numa sonoridade emitida por um carro parado junto à janela do meu escritório, impedindo quem tem que trabalhar porque “não ganha o mesmo trabalhando ou não” como é possível em 2017, século XXI, as campanhas continuarem com dinâmicas medievais??? Participei numa campanha em 2009 e recordo-me que impus que não assumiria determinados comportamentos no decorrer da mesma. E cumpri: por exemplo, não dancei nas festas porque não tenho esse hábito, esclareci que jamais daria beijinhos às pessoas e abordaria alguém à saída da eucaristia. Isto é, da missa dominical. Também cumpri. Por isso, num domingo, nas Mouriscas, afastei-me do grupo. Este tipo de abordagem deixem-no para as “feiras do Paulinho”.

O desenvolvimento das novas tecnologias estremece-nos, as startups e incubadoras multiplicam-se mas também morre quase ao mesmo ritmo, as residências artísticas proliferam, em suma, a criatividade está à solta. Mas, infelizmente, não tem reflexão nas campanhas eleitorais. Escuto o povo cansado destes comportamentos a roçar, assiduamente, a falta de respeito pelas pessoas. Porque tirar aproveitamento de pessoas em determinados momentos e ambientes é faltar-lhes ao respeito. É ofendê-los na sua dignidade. E eles, dignamente, ainda correspondem retribuindo “o beijinho”. Haja decência!

Esta semana faleceu um Homem que sempre admirei e respeitei porque nunca se “escondeu”. Senhor com uma clarividência desconcertante: O Sr. D. Manuel Martins, conhecido como “O Bispo Vermelho”. A sua vida foi denunciar, denunciar, denunciar. Nunca se cansou de o fazer.

Deixo-vos com três frases de sua autoria relacionadas com o que acabei de escrever. Quando lerem este artigo a minha indignação sobre os comportamentos eleitorais terão o prazo de validade esgotado, mas as suas palavras não. ESTAS SÃO INTEMPORAIS!

Igreja de Cristo deve ser de esquerda e não de direita”.

“É evidente que a corrupção engrossa uns tantos e empobrece a maior parte e o poder político vive numa dependência inteira e às vezes humilhante (sublinhado meu) do poder económico”.

“Era evidente que Mário Soares e Cavaco Silva não gostavam das minhas intervenções. Eu falava do que sabia, da fome que o povo passava. Nós sabemos que os políticos não gostam de ser contestados”.

“Precisávamos de um terramoto que atingisse as inteligências dos mais responsáveis deste mundo, porque a política deixou de ser um serviço para todo o povo, sobretudo para o povo de cada país”.

“Católicos na política temos muitos, agora católicos que estejam na política com todas as exigências da fé, de entrega, de serviço, disso temos um défice (sublinhado meu).

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