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01 SET 2017
OS FOGOS DA NOSSA MEDIOCRIDADE
Por Jornal Abarca

Escrevo a 19 de Agosto. Este ano, considerando a proporção dos seus territórios, os fogos destruiram em Portugal vinte vezes mais floresta e mato do que em Espanha.

Como esta ameaça não tem origem em causas naturais e é desencadeada e alimentada por interesses humanos, só pode ser equiparada a uma guerra! E se é uma guerra, as Forças Armadas não se podem alhear do seu combate e a Justiça tem que julgar e condenar rigorosamente eventuais terroristas inimigos dos Portugueses.

Tem havido, possivelmente desde há milhares de anos, incêndios florestais provocados intencionalmente, mas deixemos a História para os historiadores e tentemos perceber o que, nos nossos dias, está a acontecer em Portugal.

Quem pode lucrar com incêndios nos matos e florestas?

Numa primeira, intuitiva, acrítica e desordenada lista:

Pastores / Madeireiros / Agricultores descuidados / Donos de aviões e helicópteros / Bombeiros e construtores de equipamento de combate / Empresas que utilizam madeiras como matéria prima / Pessoas com problemas psiquiátricos / Políticos ávidos de negócios / Donos de jornais e televisões, afectados pelo defeso do futebol / Opositores das Zonas de Intervenção Agrária / Terroristas internacionais encartados / Partidos políticos na oposição / Pessoas mal formadas, invejosas ou vingativas...(se o estimado leitor for capaz, aumente esta lista e ordene-a segundo o seu critério, eu farei o mesmo mas não a irei divulgar “a cause des mouches”...)

Tem sido notória a incapacidade dos meios de combate para apagar os incêndios florestais com um mínimo de eficiência. Porquê?

1 – Devido ao estado caótico dos pinhais e eucaliptais, que têm crescido ao Deus dará, muitas vezes após um primeiro incêndio, por incapacidade económica, ignorância ou ausência dos seus proprietários.

2 – Porque ninguém, cumpre a Lei da Defesa da Floresta, a começar pelo Estado, por culpa da própria lei e/ou por falta da sua divulgação.

3 – Porque há fogos que não são apagados logo nos primeiros minutos após a ignição, - porque os bombeiros e os meios aéreos demoram a chegar, por estarem longe do local onde se iniciam, ou - porque o incêndio começou de noite e não é detectado atempadamente

4 – Porque a estratégia que parece ter sido adoptada pelos comandos dos bombeiros é a de deixar arder até junto das casas, -não fazendo contra-fogos, nem eliminando pequenos focos de reacendimento, mesmo que estejam junto a estradas onde há carros de bombeiros, como se vê nas televisões -e não aproveitando estradões e aceiros existentes porque, vindos de longe, os bombeiros não os conhecem.

5 – Porque parece não haver preparação adequada dos bombeiros para o combate a fogos florestais, nomeadamente dos voluntários e das chefias

6 – Porque há terroristas que, em momentos e locais adequados, os reacendem.

7 – Porque tem havido falhas no SIRESP...

Para o próximo número, tentarei alinhar algumas ideias e apontar algumas soluções para minorar os devastadores efeitos dos fogos

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