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02 OCT 2017
A política do desporto
Por Jornal Abarca

Hoje numa loja da estação central de Bruxelas deparei-me com uma publicação extraordinária, «het ultime fan book van Ronaldo» o que significa em português: o melhor ou o mais completo livro de fans sobre Ronaldo. Enquanto analisava o livro ou revista com cuidado e curiosidade minuciosas sorri e lembrei o prazer infantil que tinha quando em miúda coleccionava, negociava os cromos de futebol da Panini. A verdade é que nunca gostei de futebol, o que eu gostava era o que acontecia em redor do futebol: A política do desporto ( a negociação dos cromos, o trocar um cromo valioso por muitos, negociar um cromo por um berlinde de cores especiais, tirar em segredo os autocolantes de coleccionador do meu irmão e trocá-los por pastilhas elásticas e outros doces proibidos à infância.

O tempo passou e continuo a gostar da política dos desportos, gosto de uma boa crítica aos grupos corruptos e aos lobbies criados em torno do futebol. Gosto de analisar o jogo mediático e a aparência ou ilusão do comeptidor fraco ou forte.

Tanto tempo passado e vejo ainda algo interessante: a indústria continua a produzir produtos e serviços para estimular o interesse e a actividade futebolística. O futebol foi e continua a ser um desporto de massas. Qualquer um pode entender as regras, qualquer um pode jogar, é um jogo de companheirismo, a vitória é normalmente conseguida pelo trabalho em equipa.

Pergunto-me o que poderia acontecer se a política do desporto fosse revertida, se fosse possível, por exemplo, coleccionar os cromos da equipa feminina de Voleibol e Handebol. Pergunto-me o que poderia acontecer se em jogos de fortuna e de cultura geral fosse perguntado quem foi o campeão dos jogos paralímpicos da modalidade de natação. Acho que até os escândalos teriam uma outra dimensão. Pergunto-me se, por exemplo, nas escolas fosse obrigatório aprender Karaté ou se os alunos fossem estimulados, por exemplo, a fazer competições de xadrez. Pergunto-me quem seria a outra Paula que vos fala ou quem seriam as outras Paulas e Paulinhos portugueses se fossem estimulados a aprender mais a entender a dimensão de desportos mais complexos….Que políticas de desporto iriamos discutir nos cafés?

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