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01 DEZ 2017
Solidariedade
Por Jornal Abarca

A solidariedade é uma característica cada vez mais rara no ser humano. Não assim no povo português.

De facto, ao longo dos tempos, o nosso povo tem revelado um caráter excecional no tocante ao auxílio ao próximo. Este tem sido demonstrado em inúmeras campanhas aquando de catástrofes a nível mundial e também nas campanhas regulares das instituições de apoio social em várias áreas. Até aqui, nada de novo. Ou não. Com efeito, não paro de me surpreender com o voluntarismo e com a inovação dessa vontade de ajudar.

Há inúmeros casos que atestam, em níveis e planos diferentes, esta resiliência e este caráter solidário.

Com a campanha nacional “Dê troco a quem precisa”, que decorre nas farmácias entre 4 de novembro e 24 de dezembro, a Abem pretende com o acerto do troco dos utentes das farmácias ajudar pessoas carenciadas a acederem à medicação prescrita.

Já num âmbito local, realizou-se um conjunto de atividades no Barquinha Parque, a 11 de novembro, que incluiu a subida de um balão de ar quente, bem vermelho, e um cordão humano que realizaria a forma de um coração visando auxiliar a Beatriz, menina com paralisia cerebral.

Quanto ao auxílio das vítimas do que foi a hecatombe dos incêndios em Portugal tem englobado quer o plano nacional, quer o local.

Todos nos maravilhámos, aquando dos jogos solidários, com o esforço conjunto da seleção e de vários canais televisivos, com os dividendos destas ações e do centro de atendimento telefónico para donativos, que, verdade seja dita, contou com estrangeiros que também quiseram contribuir.

Outra iniciativa meritória, esta a nível regional, no mesmo sentido, é a campanha de entrega de bens “Juntos por Mação e Pedrógão Grande!”(Facebook: Corações Maiores - Nós Somos Amor”).

É com enorme orgulho que pertenço à minha aldeia, cujo povo não para de me surpreender. Partiu, no mesmo fim de semana das atividades do parque ribeirinho, o terceiro carregamento com várias viaturas com bens para distribuição por algumas populações afetadas pelos incêndios. O primeiro, para Póvoas, concelho de Tábua, entregue num dos pontos de recolha da Assistência Social, onde a própria população auxiliou a descarregar e onde o nosso Presidente da República se encontrava, tendo inclusivamente cumprimentado alguns dos voluntários e esboçado gestos de aprovação e orgulho pelo seu povo. Aliás, alguns terão visualizado as imagens inauditas do nosso Presidente que, noutra iniciativa, essa dedicada a pessoas sem-abrigo, literalmente pôs as mãos na massa e integrou uma cadeia de voluntários que simplesmente deu o seu tempo e trabalho para distribuir refeições. Temos, de facto, um Presidente excecional que, pelo exemplo, faz muito mais do que outros conseguiriam fazer na teoria!

O segundo, para Pombeiro da Beira, concelho de Arganil, para a Câmara e também distribuição porta a porta, que se revelou menos profícua, pois eventualmente menos equitativa e muito mais morosa.

O terceiro, igualmente para Tábua, pois a desolação fez perceber que o esforço inicial foi uma gota num deserto, já com uma espécie de rede de recolha montada por contactos espontâneos que chegou a donativos vindos até de Arruda dos Vinhos e que incluiu desde eletrodomésticos a mobílias.

Dádivas em géneros, pois quem pouco tem pode mais facilmente prescindir de alguns deles e também porque, sabemo-lo bem, os euros são números frios que, muitas vezes desaparecem em buracos sem deixar rasto.

Não se trata de elencar algumas campanhas nem de banhar de vaidade quem fez algo para auxiliar o próximo. Contudo, merecem o elogio seguramente todos os que de alguma forma deram o seu contributo. Não obstante, o intuito destas palavras é basicamente relembrar da necessidade de que o auxílio permaneça, pois não é preciso ter dons de pitonisa para o adivinhar essencial por muito tempo, e, claro, sempre e sempre mostrar como o ser humano, em geral, e o nosso povo, em particular, é capaz, por vezes, das piores atrocidades, mas também é, igualmente, dos feitos mais grandiosos e de maior Amor. Para completar o fórnice, não esqueçamos as palavras de Madre Teresa de Calcutá “As mãos que ajudam são mais sagradas que os lábios que rezam”.

Ainda não é Natal, mas o Natal é quando o Homem quiser.

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