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01 NOV 2017
Investimento
Por Jornal Abarca

Aplicação de capital com a espectativa de obtenção de um benefício no futuro, este é o sentido do nosso título (Wikipédia).

Como para investir é necessário capital e como este é um bem escasso no nosso País, resulta daqui que, qualquer investimento, tem que ser muito bem pensado e analisado. Quando o dinheiro é pouco há que “comprar” apenas o essencial, sem nos iludirmos com aquisições inúteis ou de nenhuma prioridade. Abrantes é uma cidade do interior, construída num cabeço, com “mais ruas a subir do que a descer”, estreitinhas, sem passeios para o peão circular em segurança e atravessada por três grandes vias rodoviárias, a EN3, a EN2 e a EN118. Destas, apenas há alternativa, a pagar, para a EN3 com a construção da A23. Para as outras duas só mesmo transitando pela malha urbana se consegue passar por Abrantes. Há mais de três décadas estava

prevista uma variante à EN118 que, pelos vistos, morreu na casca, foi concebida, mas não chegou a ver a luz do dia! O concelho de Abrantes é dos poucos onde a variante a esta estrada não existe, com os inconvenientes que isso causa para o desenvolvimento da cidade e para os que cá residem. Note-se que, com esta variante a sul do Concelho (Tramagal, São Miguel, Rossio, Pego, Concavada e Alvega), era possível termos hoje uma Circular Externa à Cidade, sem que fosse necessário o trânsito pesado continuar a percorrer as ruas e avenidas como o faz actualmente. Bastava que, construída essa variante, se construísse a ponte de ligação da A23 ao Tramagal com um nó nessa variante. Repare-se que a intenção da Câmara Municipal ao exigir, como contrapartida à construção da Central de Pego, a construção de uma ponte rodoviária junto à ponte ferroviária no Rio Tejo, entre Mouriscas e Alvega/Concavada, era precisamente a obtenção de infraestruturas que pudessem fazer essa Circular. Nessa altura a ponte do Tramagal para a A23 era uma promessa de investimento a nível central. Deste modo Abrantes Cidade estaria hoje liberta do trânsito de veículos pesados com todos os benefícios que esse investimento traria para a melhoria da qualidade de vida dos seus cidadãos. Não quis o “destino” que assim fosse, embora grandes investimentos se tenham feito na Cidade.

Destes investimentos, nem todos, em minha opinião, obedeceram a critérios de rigor de análise e de definição de prioridades.

Quisemos um Estádio de Futebol e está feito. Quais os benefícios para a população em geral deste enorme investimento? Quisemos um Campo de Basebol e está feito. Quantos praticantes de Abrantes o utilizam? Que benefícios trouxe à Cidade? Quisemos o Mar de Abrantes e foi objecto de um investimento absurdo. Agora o Mar de Abrantes está “morto”, o açude de “alta tecnologia” está gravemente doente e a cura é incomportável para o orçamento municipal. Nesta construção de alta tecnologia falhou a escada para peixes de modo a não acabar com esta fauna a montante. Não há mar, não há peixe, não há desportos náuticos, não há praia, não há qualquer usufruto deste investimento. À guisa de informação o açude estava previsto para a ponte do Tramagal a exemplo do que já estava testado noutras cidades do País. É caso para dizer que o investimento e a pone foram por água abaixo.

Decorrem obras em algumas ruas da Cidade de modo, ao que parece, a beneficiar o trânsito de peões e melhorar as acessibilidades de quem hoje por elas não pode transitar. Mas vai-se manter o trânsito de veículos motorizados nesses arruamentos? É que a via para melhorar as acessibilidades está a construir-se ao centro da rua! Quando um peão a pé ou a mãe com o carrinho do bébé se cruzar com um veículo motorizado quem se afasta para o outro passar?! Aliás, em termos de acessibilidades, volto a dizer que Abrantes continua a ter “mais ruas a subir do que a descer” pois não há um único edifício público cuja construção remonte a mais de dez anos que cumpra a lei das acessibilidades, o que é gravíssimo, por que se nega o direito a todos termos acessos dignos para uma vida autónoma!

Desçamos à terra, priorizemos investimentos, conheçamos o Concelho e as suas necessidades mais urgentes. Esqueçamos o supérfluo.

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