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01 ABR 2018
Páscoa, Postiços e Penachos
Por Jornal Abarca

Foi com alegria que no pretérito mês de Fevereiro tomei conhecimento que seria o Pe. Tolentino Mendonça a orientar o retiro de Quaresma do Papa Francisco e seus colaboradores. Foi prestigiante que o tradicional retiro da Quaresma do Papa e Cúria Romana tivesse sido orientado por um português e logo a convite de um Papa tão especial.

Tolentino Mendonça partilhou numa entrevista que quando Francisco quis falar com ele para que colaborasse nos Exercícios da Quaresma, respondeu “eu sou apenas um pobre padre, e é a verdade. Ele encorajou-me a partilhar da minha pobreza”.

Na procura de um esquema de trabalho para no desempenho de tal missão, Tolentino Mendonça propôs, então, um ciclo de meditações muito simples sobre a sede. Fundamentou a sua escolha “porque há muita sede no coração humano. O coração, podemos dizer, é um interminável reservatório de sede. Sede de amor. Sede de verdade. Sede de reconhecimento. Sede de razões de viver. Sede de um refúgio. Sede de novas palavras e de novas formas. Sede de justiça. Sede de humanidade autêntica. Sede de infinito”. Iniciou os seus trabalhos com a reflexão APRENDIZES DO ESPANTO”.

Independentemente do enquadramento bíblico interpretativo que Tolentino tenha dado a esta temática terá, indubitavelmente, de passar pelo desejo de alcançarmos sempre mais. A inquietude que perturba o querer mais, mais e mais. Mas este mais deverá ser, obviamente, espiritual e criativo, numa perspectiva de crescimento pessoal.

Quando continuamos a ter universitários formados em “universidades” que já encerraram, esquecemos o nome ou omitem nos timbres a faculdade onde se licenciaram (porque não são “reconhecidas na praça”) e exibem só os títulos que “tiraram” nas prestigiadas; quando continuamos a ter  licenciados ao domingo e equivalências à la minute; quando continuamos a ter atribuições de graus académicos em meia dúzia de presenças aos sábados e trabalhos retirados do Dr. Google sem defesa perante júris académicos e, mais recentemente, currículos adulterados, continuamos nesta vida de aparência, tão tipificada nesta europa sulista feita de penachos dispensados pelo norte da europa, sobretudo os nórdicos. Estes últimos, contrariamente a nós sulistas, confiam no estado e que o dinheiro dos impostos é aplicado na satisfação dos seus direitos. Em Estocolmo, por exemplo, conheci um deputado estadual que residia na província, permanecia na capital durante a semana e partilhava apartamento com mais dois colegas. Deslocavam-se todos no metro. Impensável no nosso Portugal! Até dão moradas de familiares para receberem ajudas de custo. E têm que ter carro topo de gama, motorista, etc, etc, etc… sim que o país é enorme e demora muitas horas a atravessar…

Quando é que esta gente vai perceber que os postiços e os penachos que exibem significam exactamente o contrário do que querem aparentar? De quando em quando ainda me provocam o riso.

Outras vezes, porém, compaixão. Sedes nunca terão e continuam aprendizes do nada ! Coitaditos!

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