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01 ABR 2018
Guerras Comerciais
Por Jornal Abarca

Após alguns recuos na imposição de tarifas comerciais às importações, tornou-se agora claro que o verdadeiro alvo das medidas tomadas pela administração Trump é, na realidade, a China. Sempre foi a China. É sabido que a China tem um superávit comercial gigantesco em relação à economia americana e que, de alguma forma, o desequilíbrio na balança comercial dos EUA, a longo prazo, não seria sustentável. A China já avisou que não pretende nenhuma guerra comercial, mas também não tem medo algum de travar uma. Mas se os EUA querem uma guerra comercial com a China, é bom que saibam que partem em desvantagem, caso a China decida retaliar fortemente. As empresas americanas continuam particularmente dependentes da China. Por um lado, empresas tecnológicas, como a Apple ou a Microsoft, continuam a ter na China boa parte da sua estrutura de produção, onde a mão de obra é mais barata. Em simultâneo, a China é um mercado prioritário para muitas empresas americanas, como é o caso da Boeing, que tem na China um dos maiores compradores dos seus aviões. Não seria de todo difícil para a China encontrar um construtor aeronáutico alternativo, mas a perda de um cliente como a China seria catastrófico para a indústria americana. O mesmo se diz para a agricultura americana. A China é um importante comprador das exportações agrícolas americanas mas, uma vez mais, neste contexto, a China facilmente conseguiria encontrar outros paises, como os latino-americanos, que estariam mais do que dispostos em reforçar a venda dos seus produtos agrícolas à China. Já os agricultores americanos, curiosamente uma das bases eleitorais de Trump, passariam um mau bocado. Mas até mesmo sem qualquer medida comercial, a China conseguiria prejudicar seriamente a economia americana. Para compensar o aumento das tarifas alfandegárias, a China poderia simplesmente depreciar a sua moeda, de forma a manter os produtos chineses ainda mais competitivos face à produção americana. No fundo, independentemente das medidas aplicadas pelos EUA, a China facilmente conseguiria encontrar uma alternativa que conseguisse minorar a perda de clientes americanos. Já os EUA não podem dizer o mesmo...

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