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01 ABR 2018
No ano do homem é dia da mulher
Por Jornal Abarca

Mais um ano que passa e novas celebrações marcam o dia da mulher.

Tudo parece bonito: flores, cartazes, postais, frases que exaltam o dia da mulher, por um dia o sol parece brilhar.

Poucas pessoas contudo sabem o motivo, a razão primordial destas celebrações. A luta das

mulheres pelos mesmos direitos dos homens começou tarde: apenas no século XIX e príncipios do século XX se começaram a registar movimentos na América e na Europa pelos mesmos direitos de género no trabalho e na educação. Uma das cenas mais invocadas nas redes sociais sobre a luta das mulheres é a história do incêndio na Fábrica de Triangle Shirtwaist, onde morreram 125 mulheres e 21 homens. Existem diferentes versões desta história sendo que a versão mais comum afirma que estas mulheres foram reprimidas pela polícia e mortas num incênndio criminoso.

Existem outras versões que defendem a ideia que a data foi usada para sedimentar uma luta já antiga dos movimentos feministas. Versões à parte a verdade é que estas mulheres morreram.

O que é mais preocupante nestes festejos para mim é lembrar a falha da revolução feminina. As exigëncias feitas às mulheres do século XXI são em maior número e muito mais complexas: A mulher deve ser a mãe perfeita, a trabalhadora exímia no escritório, deve ter a casa num brinco para ser socialmente aceite pelas amigas e pela comunidade. Existe um erro muito grave nesta ideia de que as mulheres se tornaram mais independentes depois da revolução industrial: a verdade é que não é pelo facto das mulheres terem máquinas de lavar, de secar e de limpar que a sua vida é desprovida de tarefas, parece ser o contrário: existe agora essa desculpa. Por isso a mulher deve ser sexy para o marido, deve ter um sorriso permanente nos lábios mesmo que dores menstruais a ataquem sem dó nem piedade, afinal de conta para que servem todos aqueles comprimidos para dores menstruais, campanhas publicitárias de pensos e afins? Para que servem essas campanhas de roupas extraordinárias? Só e apenas para impressionar a mulher, porque a mulher tem o poder de compra e como tem poder de compra deve manter a imagem que a revolução industrial criou sobre a independência da mulher. Continuem assim minhas queridas, bonitas como barbies, paguem todas as contas, continuem a fazer todo o trabalho, assistam sempre o tempo todo aos vossos filhos, maridos, amantes, namorados. Continuem a correr para o ginásio para derreter os quilos a mais…

E se alguma amiga aparecer no trabalho ou na escola com a cara mais negra do que devia, já sabem que lhe devem emprestar a melhor maquillhagem para cobrir nódoas negras, porque os escândalos de abuso e de violência doméstica devem continuar a ser uma icógnita.

E VIVA O DIA DA MULHER!

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