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01 MAI 2018
Um novo xadrez nos Balcãs
Por Jornal Abarca

A União Europeia está cada vez mais decidida em expandir-se para os Balcãs ocidentais. Países como a Macedónica, a Sérvia, a Albânia ou Montenegro são já candidatos de longa data a aderir à União Europeia. Mas para uma região tão pequena, o pertinente interesse de Bruxelas esconde um jogo político bem maior. Com a Turquia fora da rota de adesão à União Europeia, os 27 viram-se agora para os Balcãs. E não é para menos. A Europa considera que os Balcãs, sendo parte integrante da família europeia, são naturalmente parte da esfera de influência da União Europeia. Para estes quatro países, fazerem parte do clube europeu deverá ser, certamente, uma questão de tempo. O pequeno senão está na Macedónica, que tem um litígio com a Grécia. Atenas opõe-se à adesão da Macedónia enquanto esta não resolver a questão do nome oficial do país, já que, argumentam os gregos, a Macedónia é o nome de uma região grega que não pode ser apropriada por outros países como nome oficial. Mas no contexto geral, isso são pormenores. A verdadeira questão está no jogo de forças políticas que se verificam na região. Esta é a região mais pobre da Europa e, se na riqueza há oportunidades, na pobreza há oportunismos. Apesar de pequena, esta região tem sido alvo de disputas de influência entre a Europa, a Rússia e a China. Depois das adesões à Europa central, em 2004, e aos Balcãs orientais, em 2007, a União Europeia olha agora para um novo alargamento em massa com mais cautela. Em apenas 3 anos, a União Europeia integrou 12 novos países, adesão esta que se consubstanciou num esforço enorme para o qual a Europa não estava preparada. Hoje as consequências desse desnorte são claras, o que levou o presidente francês a sugerir recentemente no Parlamento Europeu que a Europa arrume primeiro a casa antes de aceitar novos inquilinos. Nesta indecisão, outros dão passos em frente. A Rússia tem aproveitado a fragilidade económica da região, o distanciamento de Bruxelas e o passado comunista para expandir a sua influência na região contra a União Europeia. O mesmo tem feito a China que, de cheque em mão, aproveita qualquer oportunidade para consolidar a sua influência no espaço europeu e possíveis novas entradas para o mercado económico europeu. E nada melhor que começar pelos membros mais frágeis e influenciáveis do grupo.

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