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01 JUL 2018
Abrantes cidade centenária - 1
Por Jornal Abarca

Abrantes comemorou no passado mês de Junho cento e dois anos de elevação à categoria de cidade. Antes era Vila de Abrantes.

Conheço Abrantes há mais de setenta anos! Não vou falar dessa Abrantes que conheci menino e moço, onde se vinha apenas pela feira de Março e quando era necessário vir às Finanças, ao Tribunal ou aos Registos – Civil, Predial ou Notariado.

Vou falar-vos de Abrantes depois da implantação de democracia, ou seja, depois de 25 de Abril de 1974.

Com a democratização dos órgãos autárquicos era natural que, havendo mais dinheiro disponível, havendo outras competências na área administrativa e na área da gestão do Concelho, houvesse grandes alterações, quer na Cidade, quer nas Freguesias. E, realmente, assim aconteceu. Hoje a Cidade e as Freguesias dispõem de meios que só foram possíveis com o empenho e a dedicação dos autarcas das Freguesias e do Município. Claro que muitos desses meios, hoje disponíveis, só foram possíveis com os financiamentos comunitários a fundo perdido. O País continua pobre e para se “modernizar” só com a ajuda da União Europeia.

Do abastecimento de água, às redes de tratamento de efluentes domésticos e industriais, às acessibilidades e até ao lazer, a Cidade e as Freguesias já vão dispondo de estruturas que em muito melhoram a qualidade de vida da população.

Nas últimas duas décadas do Século passado e nas duas primeiras, ainda incompletas, do Século actual, os investimentos, quer na cidade, quer nas Freguesias, têm um relevo financeiro muito significativo. Da era inicial das chamadas infraestruturas básicas, passou-se para equipamentos desportivos, educacionais, de lazer e turísticos. Uns com mais impacto outros com menos, mas é sabido que nem tudo serve a todos. Lembremo-nos sempre que, quando uns querem sol na eira, outros querem chuva no nabal!

A evolução é inevitável, para melhor ou para pior, esta no sentido em que o dinheiro mal gasto é dinheiro deitado fora, sem proveito para ninguém. Em Abrantes, como no País, também nem tudo foi feito com razão de o ser, mas apenas por, na altura ser “moda” ou de mais fácil financiamento da Comunidade Europeia.

Não vale a pena falar do que se gastou por ser “moda”, está feito, não se vai destruir. Os factos falam por si. Todos temos consciência do que “inutilmente” foi feito, do dinheiro mal gasto em estruturas que hoje apenas dão muita despesa e servem a muito poucos ou mesmo a ninguém!

Abrantes fica situada a meio do País, numa encruzilhada de acessibilidades que ligam Portugal de Norte a Sul e de Leste a Oeste. Abrantes cidade situa-se num cabeço, numa elevação que foi, há muitos anos, considerada posição de defesa estratégica de Lisboa, Capital do país. A sua situação não permitia que a expansão fosse feita no Centro Histórico. Neste Centro apenas a recuperação do património construído e a permanência de comércio e serviços permitiriam a vivência plena neste núcleo histórico. Sabemos que tal não aconteceu e que a expansão se deu para as zonas periféricas ao cabeço citadino. Zonas que antes eram, sobretudo, agrícolas e que alimentavam a cidade onde, no velho mercado diário se podiam adquirir produtos hortícolas acabados de colher. O velho mercado diário é um marco histórico da cidade e devia fazer parte, e ser conservado, como património da cidade e ser reconvertido (museu agrícola?) para usufruto da população mantendo a sua traça com as melhorias necessárias e possíveis. O conflito do trânsito no local tem a solução apontada há muitos anos – ligação da transversal à Rua Dr. Manuel Santana Maia para o Bairro Municipal, Vale da Fontinha, Passagem superior (ou inferior) pela Rua General Humberto Delgado, passagem junto à Cidade Desportiva, Rua Maria do Carmo Dantas (ou desvio) até à Rotunda do Quartel, ou, mais ousada, ligando ao acesso à Ponte do Tramagal (já tarda!) e à A23 directamente pelo lado Sul do Bairro do Casal da Preta!

É difícil? Claro que é, mas só as coisas difíceis resolvem problemas complicados sem destruir o património monumental edificado! Abrantes sairia dignificada. (Continua)

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