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01 JUL 2018
Na Europa dos retrocessos
Por Jornal Abarca

Depois de mais de uma década como a grande “Dama de Ferro” europeia, Angela Me rkel parece ser agora o elo mais fraco no governo alemão. O grande foco de tensão está nas políticas migratórias. Merkel, desde a sua anterior legislatura, defende uma política de portas abertas para migrantes, refugiados e exilados. Essa posição esbarra com a visão mais restrita e conservadora do partido-irmão bávaro da CDU de Merkel, a CSU, que defende uma política migratória substancialmente mais restrita e um controlo mais rigoroso das entradas em território germânico.

A posição de Merkel não é recente e foi claramente visível durante a vaga de migrantes e refugiados oriundos do Médio Oriente que se registou na Europa em 2015. Esta política de abertura colocou a popularidade de Merkel em níveis poucas vezes vistos e quase lhe custou a reeleição para a chancelaria alemã nas eleições de 2017. Agora, o ministro do interior alemão e líder da CSU, lançou um ultimato a Angela Merkel: irá encerrar as fronteiras alemãs caso a Chanceler não consiga um acordo migratório durante a cimeira europeia que irá decorrer no fim de Junho.

Independentemente do resultado da cimeira, esta não é uma tarefa fácil. Controlos migratórios significa o fim do Espaço Schengen, que confere a liberdade de circulação de pessoas dentro da Europa. E este, é um tema sensível para muitos países europeus que beneficiam da liberdade de circulação de pessoas como instrumento de dinamização das suas economias. Ao mesmo tempo, a relevância deste tema é um dos que mais fraturas tem causado na coesão europeia. Muitos países onde os governos pertencem agora a partidos conservadores ou populistas, como a Hungria, a Áustria, o Reino Unido que está agora de saída e também agora a Itália, já avançaram ou têm intenções de avançar com medidas políticas unilaterais de controlo de migrantes, à revelia das directivas europeias ou da Política Comum de Imigração.

O sonho do projecto europeu é cada vez mais uma utopia. A maior parte dos países da União, assim como aqueles que a ela pretendem aderir há muito que têm uma visão utilitária da Europa: apenas se preocupam em receber, contudo já não estão interessados em dar.

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