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01 AGO 2018
(des)Construção democrática
Por Jornal Abarca

Não há semana que não haja nos media casos de corrupção que envolvem a dinâmica política e (pseudo) políticos. Parece que é habitual. Parece que faz parte do nosso quotidiano, senão já normalizado para alguns. «É um preço a pagar pela democracia; um mal menor», dizem. Não, não é. O problema é que não aprenderam nada com a História. Já o havia no constitucionalismo monárquico, na república e na ditadura e nunca foram males menores.

Não aprendemos nada porque continuamos a ter um sistema de justiça obsoleto, uma sociedade civil fraca e um conjunto de partidos que, em vez de serem os primeiros a denunciar, repreender e excluir da vida política tais casos, são os campeões da defesa de uma turma podre qual fortificação que protege os seus mais destemidos guerreiros. Isto também é o reflexo de certas e determinadas figuras que entraram e continuam a entrar na vida política encartonadas nas promessas de emprego, de um lugarzinho naquela direção-geral ou tão-só por um objeto de poder e influência por mais abstrato que seja. Nunca leram uma linha do que quer que seja, não têm ideias, não discutem, só sabem dizer "amén" qual cordeiro manso, não sabem o que é ideologia ou pensar pela sua cabeça, enfim, não têm ética. Mas estão lá em lugares de decisão que mexem com a vida de todos nós.

Este não é um discurso anti-política ou anti-partidos, até porque não me revejo nisso e, felizmente, existem boas exceções, portanto, nada de generalizar. Porém, e infelizmente, não são nem começam a ser regra. E depois querem que os jovens arredados e outras pessoas que não precisam da política para viver venham para a política em missão cívica e o diabo a sete. Com este tipo de casos e comportamentos? Nunca mais.

O processo de construção do Portugal Democrático é frágil e fica, à medida que estes casos se vão dando, cada vez mais fragilizado; e estes sujeitos, que não têm outro nome, que se mantêm na vida política sem qualquer tipo de escrutínio além da legitimidade quadrienal do voto, estão a contribuir para o seu enterro. Já mete nojo porque fazem da política, aquilo que devia ser a atividade mais nobre de uma sociedade, uma coisa hedionda.

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