As obras iniciadas em Setembro para a requalificação do terminal rodoviário em Alcanena têm gerado alguma celeuma entre os comerciantes locais que vêem a porta dos seus negócios escondida durante meses. Como se isso não fosse suficiente, as obras encontram-se agora… paradas. Tempo precioso para os comerciantes da praça envolvente que se mostram indignados com o tratamento de que são alvo.
Carla Mendes, proprietária do estabelecimento de restauração “Tascá na Esquina”, relata que as obras estão paradas há duas semanas e que, neste período, “andam dois pobres homens a marcar passo entre o estaleiro e a ‘obra’”. Queixa-se de que “a entidade promotora apela ao bom senso” dos comerciantes e da população que se vê privada de um espaço importante na vila, e ironiza: “O bom senso deles está certo todos os dias”.
Mostra-se revoltada com esta paragem súbita: “Isto não é para se fazer… é para ir estorvando e vai-se fazendo”. Talvez, diz, “lá para o 8 de Maio [dia da fundação do concelho] inauguram-se os destroços”, ironiza.
Sobre a forma como as obras se iniciaram, é contundente: “Se o executivo de Alcanena precisasse de trabalhar para pagar contas talvez viesse a considerar aqueles que o têm de fazer todos dias”. Acusa, entre outros, que não foram criadas condições adequadas para a deslocalização das estruturas ou criado estacionamento alternativo para os clientes dos estabelecimentos da praça. Aliás, essa solução foi encontrada em conjunto pelos comerciantes: “Tendo em conta (…) os constrangimentos causados pela falta de estacionamento informamos que se encontra estacionamento disponível e provisório na rua paralela e traseira à nossa localização (entre o Hotel e o Centro de Saúde), tendo uma passagem que irá ao encontro da travessa lateral ao edifício onde nos encontramos. Por ser propriedade privada informamos, também, que o estacionamento se encontra ao serviço dos clientes do Tascá na Esquina, Rosa Xock e Pelo Corpo”, informa. Esta solução foi anunciada no dia 22 de Outubro, três semanas após ter garantido que o executivo municipal não considerava esta solução por entender que a mesma seria “perigosa”.
Até ao momento não foi possível contactar a autarquia para esclarecer esta situação.