“Pi” gigante com alunos e professores da Escola Dr. Ruy d’Andrade comemorou hoje o seu dia especial!
3,1415926535879323… Na verdade, retirando as redes de computadores mais poderosas, ninguém consegue prever-lhe qual é o algarismo seguinte, e muito menos o que vem depois do seguinte. Por isso, é um número irracional. O primeiro que todos nós conhecemos e batizou o nosso conhecimento da série desses números misteriosos e alguns deles mágicos. E tudo isso mereceu um agradecimento, um afeto e um dia especial. O Dia do Pi: ontem, 14 (das duas primeiras casas decimais) de março, que é o 3º mês da série anual.
Na Escola EB 2/3 Dr. Ruy de Andrade, quiseram os professores e a comunidade educativa dar uma expressão coreográfica colorida e homenagear o número irracional, e todos se quiseram envolver na iniciativa prevista no Plano Anual de Atividades da escola. Trajados em azúis de todas as tonalidades, alunos do 5º ao 9º ano, professores e funcionários agregaram-se para desenhar no espaço dos jogos coletivos da escola a décima sexta letra do alfabeto grego, bastante mais conhecida pelo número ilustre que representa. O efeito foi brilhante e grandioso, e aluno a aluno, professor a professor, como se cada um representasse mais uma casa decimal que se acrescentava ao número, os contornos do “pi” lá foram surgindo até encherem o espaço desportivo com a respetiva moldura. Uma experiência que esteve para ser registada em vídeo através de um drone, mas problemas logísticos diversos de última hora acabaram por inviabilizar este objetivo. Mas se não foi fixada a sua memória pelas tecnologias de ponta da aeronavegação, a experiência do “pi” gigante foi bem guardada na mente afetiva dos mais de 700 alunos participantes como uma emoção de terem participado em algo em grande e que vão decerto recordar por muito tempo: terem sido um dia uma casa decimal, mesmo que ínfima, do mais famoso e popular número irracional. No final, e numa curiosa espécie de geometria fractal, um “pi” em escala mais reduzida foi também desenhado pelos professores presentes, que os alunos, surpreendidos, também souberam aplaudir.
Um aluno do 6º ano, inteiramente vestido de azul, era um dos mais entusiasmados pela demonstração quando, já no final da grandiosa exibição do “pi”, demonstrava aos colegas mais próximos (e ainda mais surpreendidos) como aprendera os cinquenta primeiros algarismos da dízima infinita “{\displaystyle \pi }pi”… Mas ainda precisará de dedicar mais algum tempo até poder abranger as casas decimais conseguidas pelo matemático japonês da Universidade de Tóquio Yosuma Kanada que já conseguiu, com a ajuda das Ciências da Computação e de poderosos supercomputadores, vários dos últimos recordes de cálculo de mais casas decimais do “pi”. Alguns biliões…
Para os professores de Matemática da Escola EB 2/3 Dr. Ruy d’Andrade, dinamizadores da iniciativa, o objetivo desta comemoração do Dia do “Pi” no Entroncamento prende-se com a importância de sensibilizar os alunos e a comunidade local para a importância científica e social da Matemática e para a consciencialização do interesse da disciplina na resolução dos problemas do dia a dia, e mesmo no despertar da noção do impacto que tem nas mais diversas áreas da sociedade.
Surgido da necessidade de estabelecer uma relação precisa entre o perímetro de um círculo e o comprimento do respetivo diâmetro, há já muito tempo que a magia do “pi” ultrapassou esse interesse geométrico e se tornou pertinente na estatística de Monte Carlo e no cálculo de probabilidades, na trigonometria, em fenómenos da natureza e efeitos biológicos, e até mesmo na previsão de certos comportamentos sociais. A sua relevância ultrapassou há muito a do conceito abstrato e teórico que esteve na sua origem.
Por: Manuel Fernandes Vicente
