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30 OCT 2019
O "esplendor" de Portugal - Ricardo Batista aponta a Paris'2024
Por Jornal Abarca

Ricardo Batista sagrou-se campeão do mundo de juniores de triatlo e aponta agora aos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris. O jovem torrejano, que concilia o desporto de alta competição com os estudos na universidade, foi felicitado por Marcelo Rebelo de Sousa.

A 20 de Novembro de 1999 nasceu em Torres Novas um campeão do mundo. Sem ninguém sonhar, naquele sábado de Outuno, vinha ao mundo alguém que em menos de duas décadas ganharia de forma merecida o seu lugar para a eternidade no desporto nacional. Ricardo Batista sagrou-se a 30 de Agosto campeão mundial de juniores de triatlo e apresenta-se como uma das esperanças nacionais da modalidade para os próximos anos. 

O jovem admite humildemente que “não estava à espera, apontava para os cinco primeiros lugares, mas correu da melhor maneira”. Uma modéstia que se enquadra no perfil do triatleta, que não gosta de apontar objectivos antes da prova. “Não gosto de colocar essa pressão de ganhar em cima mim”, explica. “Gosto de chegar lá, dar o meu melhor e o que acontecer, acontece. Tem corrido bem assim”. De facto, naquela terça-feira de Agosto, em Lausana, na Suíça, correu da melhor forma. Ricardo Batista nadou 750 metros, pedalou 20 quilómetros e correu 5 quilómetros em 55 minutos e 05 segundos, menos 7 segundos do que o segundo classificado. “Foi uma sensação fantástica”, exalta. 

Herói das águas, dos pedais e do asfalto, Ricardo tem no horizonte uma participação olímpica: “Participar nos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris, é um objectivo”, assume. Integrar a comitiva portuguesa em 2020 “já não é possível” e o triatleta explica porquê: “Participam os 50 melhores do ranking nos últimos quatro anos e eu tenho poucos pontos olímpicos porque nem todas as provas contam”, explica. “Vou começar a apostar mais nessas provas”, promete.

O esforço invisível 
Para muitos Ricardo Batista só se deu a conhecer com o título mundial. Mas a verdade é que o jovem tem já um currículo recheado, resultado do esforço diário em busca de um sonho.

E esse sonho começou de forma inadvertida quando, aos 13 anos, recebeu um convite de Paulo Antunes, actual treinador. “Andava na natação desde os cinco anos, fui experimentar, gostei e comecei a praticar”, conta. Apesar de ter um histórico dentro de água, reconhece que a modalidade “que desfruto mais é o ciclismo”. Ainda assim, ressalva ser muito equilibrado e destaca isso como a sua maior virtude: “Não basta ser bom apenas num segmento, temos de estar ao mesmo nível nos três para estarmos sempre na disputa da prova".

O treino é uma prática diária com “mais do que uma sessão”, explica. “É muito duro, temos de dedicar muito tempo ao treino”, apontando entre “25 a 30 horas semanais para estar em forma nas provas”. 

Convém sublinhar que Ricardo não é atleta profissional, isto significa que além da prática desportiva também estuda. O esforço que emprega em busca de um sonho é conjugado com os estudos. Actualmente frequenta o segundo ano do curso de Engenharia Informática no ISCTE. Embora seja muito complicado conjugar a vida universitária com o desporto, mostra-se feliz porque “tem corrido tudo bem”. Ainda assim, deixa escapar um lamento: “Não tenho tempos mortos durante o dia”. Escolhe o triatlo como a opção mais prazerosa, mas reconhece que “o desporto em Portugal não é uma segurança para a maior parte dos atletas” e, assim, a engenharia informática é um plano mais seguro. 

Apesar de estudar em Lisboa, Ricardo continua a pertencer à secção de triatlo do Clube de Natação de Torres Novas. Na capital, treina com outros atletas, sob a orientação de Paulo Antunes. Aqui já se cruzou com João Silva e João Pereira, duas referências do triatlo nacional, reconhecendo ser “um prazer acompanhar alguns treinos deles”. 

Obrigado: da Autarquia a Belém 
Com a vitória na Suíça, os apoios exponenciaram: “Já existiam marcas e lojas que apoiavam o nosso grupo, mas depois de ser campeão do mundo houve muita gente a procurar” assumindo esse processo como “normal”. 

Também a nível institucional surgiu o devido reconhecimento. A Câmara Municipal de Torres Novas fez questão de receber Ricardo Batista nos Paços do Concelho, juntamente com o treinador Paulo Antunes e o colega de equipa José Pedro Vieira. Para o triatleta “é sempre bom ser reconhecido pela cidade de Torres Novas, gostei muito”, diz. 

O que Ricardo não esperaria, até por surgir “um mês depois da prova”, era o reconhecimento vindo do Palácio de Belém. Marcelo Rebelo de Sousa, através da Casa Civil, felicitou-o “pelo título júnior alcançado no Campeonato do Mundo de Triatlo 2019”. Apesar de surgir um mês após a vitória, Ricardo admite que “foi em boa hora, é fantástico termos este nível de reconhecimento”.

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