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30 OCT 2019
O Mar de Camões
Por Jornal Abarca

Os Lusíadas e Luís Vaz de Camões, o seu genial autor, foram o centro da conferência-debate “Os Mares Épicos de Camões”, proferida por Josiah Blackmore, professor da Universidade de Harvard (EUA), na Casa-Memória de Camões. 

Ler Os Lusíadas é olhar para o mar e ver nele a inteligência e a consciência de quem o descobriu para fazer a sua própria grandeza, ou seja dos portugueses dos séculos XV e XVI, os que o sulcaram e nesses sulcos escreveram a sua epopeia, com água salgada e inspirada nas viagens das naus à descoberta do mundo. Os Lusíadas e Luís Vaz de Camões, o seu genial autor, foram o centro da conferência-debate “Os Mares Épicos de Camões”, proferida no final da tarde do passado dia 19, por Josiah Blackmore, professor da prestigiada Universidade de Harvard (EUA), com o auditório da CasaMemória de Camões completo de um público atento e envolvido. (...)

A inspiração de Camões beneficiou ainda do zeitgeist nacional e de ter conhecido dramática e intensamente o mundo. Na época de ouro do Portugal dos Descobrimentos, e da potência global em que depois se transformou, Camões, voluntária ou involuntariamente, esteve por dentro da epopeia, foi escudeiro, marinheiro, guerreiro, escrivão, provedor-mor de defuntos e ausentes, prisioneiro, náufrago, pobre, e teve a missão de escrever a grande obra épica e nacionalista, que ganhou também com a sua prodigiosa memória. Mas a épica Os Lusíadas não podia surgir numa época qualquer. Uma obra com a singularidade desta epopeia de uma nação pode ter a universalidade do génio e a intemporalidade da grande arte, mas há de ser sempre produzida num contexto cultural, geográfico, histórico e mesmo ideológico e religioso que a condiciona. N’Os Lusíadas mora a essência do que é uma extraordinária obra de inovação, com muita singularidade, fatores exteriores que proporcionaram um contexto favorável, um ambiente de exortação nacional que chegou a ser eufórico e a enorme coragem do autor, incluindo a de desafiar os poderes e de retirar epicamente o manuscrito de um difícil naufrágio. Com o génio dos Descobrimentos, a motivação económico-religiosa e o conhecimento das artes de navegação nos oceanos, com algumas inovações técnicas portuguesas à mistura, muitos ingredientes adjacentes ao surgimento da obra estavam já preenchidos para dar chão à odisseia literária. (..)

N’Os Lusíadas mora a essência do que é uma extraordinária obra de inovação, com muita singularidade, fatores exteriores que proporcionaram um contexto favorável, um ambiente de exortação nacional que chegou a ser eufórico e a enorme coragem do autor, incluindo a de desafiar os poderes e de retirar epicamente o manuscrito de um difícil naufrágio. Com o génio dos Descobrimentos, a motivação económico-religiosa e o conhecimento das artes de navegação nos oceanos, com algumas inovações técnicas portuguesas à mistura, muitos ingredientes adjacentes ao surgimento da obra estavam já preenchidos para dar chão à odisseia literária. (...)

Poderá ler o resto da reportagem na edição em papel do Jornal Abarca, disponível nos postos de venda habituais.

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