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23 ABR 2020
Covid-19 - Reino Unido testa vacina em humanos a partir de hoje
Por Jornal Abarca

O Reino Unido iniciou hoje um ensaio com vacina em humanos para eliminar a Covid-19. As perspectivas são boas mas o processo pode demorar. Certezas ainda não existem.

Enquanto praticamente todo o mundo ficou em suspenso, com cerca de dois terços da população mundial em quarentena, a comunidade científica não dá tréguas ao vírus que ameaça o mundo. De Portugal à Austrália, de Israel à China, dos Estados Unidos à Alemanha são feitos vários estudos, muitos em colaboração com a Organização Mundial de Saúde, na tentativa de rapidamente ser encontrada uma solução que permita às pessoas retomarem a sua vida.

A criação de uma vacina é um processo lento. Exige várias fases, nomeadamente a descoberta do vírus, criação da própria vacina, testes, período de segurança nomeadamente para se entender se há ou não resultados claros e que efeitos colaterais são detectados. Se correr bem este processo pode demorar, pelo menos, 12 a 18 meses. Ou seja, este estudo que hoje começou poderá produzir efeitos práticos… em Abril de 2021. Mas é um primeiro passo que tem de ser dado. E quanto mais rápido, claro, melhor.

Matt Hancock, ministro da saúde do Reino Unido, anunciou que começaram hoje, dia 23 de Abril, a ser efectuados os primeiros testes contra a Covid-19 em humanos, num projecto financiado pelo governo liderado por Boris Johnson e desenvolvido por cientistas da Universidade de Oxford. Apesar de as perspectivas serem boas, Matt Hancock joga pelo seguro: “Não há garantias”, defende(-se).

 

Os passos a seguir
Como a Dra. Emília Valadas disse em entrevista ao abarca na edição de Abril, o vírus da Covid-19 foi detectado muito rapidamente. Ainda assim, a investigação para ser encontrada uma vacina está a ser conduzida de forma muito rápida. Isto porque o trabalho de anos está a ser realizado em poucas semanas: todos os canhões estão apontados contra o mesmo alvo. Os testes desta investigação, conduzida pela investigadora da Universidade de Oxford Sarah Gilbert, começaram hoje.

A cientista afirmou, em entrevista à BBC, explicou um pouco de como funciona o processo: os testes vão abranger cerca de 500 voluntários, dos 18 aos 55 anos, sendo depois alargado a pessoas mais idosas, por uma questão de prudência. Ainda assim, o objectivo é que a vacina crie efeitos na camada mais idosa da população que é a mais afectada pelo vírus. Neste processo metade dos voluntários vai receber a vacina contra a Covid-19 enquanto a outra metade receberá a da meningite. Sarah Gilbert explica que “nenhum dos grupos saberá qual a vacina que recebeu”. Quando um número considerável de voluntários estiver infectado com o novo coronavírus irá perceber-se em que grupo de vacinação estavam incluídos. Traduzindo: “O objectivo é que todos os infectados com a Covid-19 pertençam ao grupo que recebeu a vacina contra a meningite”, explica Sarah Gilbert. Se assim for é sinal que a vacina contra a Covid-19 funciona. Esta investigação conta com um investimento de cerca de 22 milhões de euros.

Ainda assim, no “melhor cenário só em Setembro de 2020 estamos em condições de fabricar grandes quantidades da vacina”, alerta Sarah Gilbert. Contudo, face à necessidade urgente que o mundo encara e à confiança neste estudo, a cientista revelou que “vamos arriscar a produção” mesmo sem a certeza de que a vacina tenha efeitos.

O objectivo passa, assim, por tornar imune o maior número de pessoas para que o o vírus “já não seja capaz de se espalhar de forma tão eficaz e as medidas de distanciamento social não sejam necessárias”, diz Sarah Gilbert. Contudo, acautela, nesta altura “não há certezas”.

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