“Diários de um Interior” é um projecto que procura recuperar e preservar histórias de tempos e locais aparentemente condenados ao esquecimento. O Sardoal foi o local escolhido para esta aventura em que se pretende utilizar a arte para unir gerações e a comunidade.
A materialização deste trabalho é feita através da realização de pequenos documentários sobre coisas tão quotidianas como “apanhar azeitona, fazer vinho, fazer o pão” ou ir à descoberta da história da Filarmónica União Sardoalense, uma viagem feita à boleia de uma família cujas várias gerações integram a banda. São feitos também documentários biográficos “em que as pessoas escolhem contar a história de alguém”. (...)
Este é um projecto intergeracional: “pais e filhos participam directamente na recolha, sim, mas os avós são os guardiões das memórias”. E estes, os que sabem as histórias, estão a desaparecer com o tempo: “É o retrato de um Portugal que se vai perdendo”. Ainda não é tarde demais, mas Tiago evoca: “Teria sido espectacular os meus filhos ouvirem a minha avó contar como fazia os queijos”. Assim, “a arte é colocada numa lógica de cola social”. (...)
O psicólogo acredita que é possível “aglomerar as pessoas a partir do objecto artístico” e, daí, criar uma dinâmica de união em torno de algo que os filhos fizeram. “É importante criar uma lógica de interajuda em que o aluno mais velho ajuda o mais novo, através da promoção de salas de estudo” em parceria com a Associação de Pais e o Agrupamento de Escolas. Mas não apenas na vila: “Porque não em Valhascos? Em Andreus?”, questiona. “Queremos dar estratégias aos miúdos para poderem ‘aprender a aprender’”, criando uma lógica de “sustentabilidade no tempo”. Isso fará com que “o aluno que foi ajudado no 4º ano, quando está no 9º ano vai ajudar os mais novos”, explica. Parece uma coisa “muito complexa” mas que será mostrada de forma “simples e acessível”. (...)
Poderá ler a reportagem completa na edição em papel do Jornal Abarca, disponível nos postos de venda habituais.
