Em dezembro último, Luís Oosterbeek foi eleito para um mandato com três anos para presidente do Conselho Internacional para a Filosofia e Ciências Humanas da UNESCO, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura. E, nessa nova função, vai procurar reforçar o papel das Humanidades.
Luiz Oosterbeek nasceu em 1960 em Ede, uma cidade industrial holandesa a pouca distância do mar e menos ainda do Rio Reno e da fronteira com a Alemanha, cidadão português, filho de um holandês e de uma indiana de Goa. (...) Luiz Oosterbeek nasceu na Holanda, mas a sua infância e juventude decorreram em Lisboa, os pais separaram-se quando era ainda muito pequeno e só voltaria ao país do norte da Europa para ver o pai e os avós aos 20 anos. Cresceu na casa do seu avô goês, e as maiores influências foram naturalmente as da sua mãe, Noémia Rodrigues, regente na escola de enfermagem, hoje com 101 anos, “com o seu olhar tranquilo perante a vida, e nunca se deixar amargurar pela angústia”, e ainda a do avô materno, o médico Armando Rodrigues. (...)
O tempo necessário para se vencer as desconfianças sociais e socioculturais é, em média, de três anos – e isso implica que há erros que não se podem cometer, um dos mais graves é o da guetização. Há problemas que só o são porque não são devidamente encarados”, afirma Luiz Oosterbeek, para quem “os grupos organizam-se por uma questão de segurança emocional; se eu noutra terra encontro um português, vou falar com ele; quando se tratam os de fora com adversidade isso é mau”. (...)
Luiz Oosterbeek é, assim, crítico de alguns aspetos da vida moderna, que não levam em consideração o que o conhecimento científico já pôde apurar. “A nossa sociedade desaprendeu o diálogo, queremos obter tudo e a curto prazo, temos uma relação pouco tranquila com a vida. Temos a ilusão de se poder impor um qualquer modelo – e na política também é assim”, observa. (...)
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