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10 FEV 2021
GAVIÃO | O "intrigante" caso do lar em Belver explicado de forma simples
Por Jornal Abarca
Foto: Centro Social Belverense
Foto: Centro Social Belverense

Causaram estranheza, insegurança e incerteza na população as notícias alarmantes que davam conta de uma vaga de infecções de Covid-19 no Lar do Centro Social Belverense, em Belver, concelho de Gavião, mesmo após a toma da segunda dose da vacina.

António Severino, vice-presidente da Câmara Municipal de Gavião, confirma isso mesmo ao jornal abarca: “Cerca de dois dias após a toma da segunda dose da vacina houve uma pessoa que teve alguns sintomas”, nomeadamente febre. Procedeu-se a uma despistagem e “confirmaram-se 24 casos positivos”.

 

A Explicação
João Júlio Cerqueira, Médico Criador do Projecto SCIMED e Presidente da Associação Pelos Cuidados de Saúde Baseados na Evidência, explica-nos o que muito provavelmente terá sucedido: “A primeira dose só dá uma imunidade próxima de 50%” e, considerando que a segunda dose da vacina só cria imunidade estimada em 95% a partir de oito dias após a toma, “é possível que aconteçam” casos como o de Lar do Centro Social Belverense antes desse período, como foi o caso. Ou seja, dois dias após a toma da segunda dose os utentes desta unidade teriam criado cerca de “50% a 60% de imunidade” ao vírus.

O médico explica ainda que “sabemos que as pessoas de idade criam menos imunidade” e que, mesmo após a toma da segunda dose da vacina “os valores de 95% não se aplicam nessa faixa etária”.

 

Utentes sem sintomas
João Júlio Cerqueira sublinha que “o mais importante é que não se registem casos de hospitalizações e mortes no grupo de pessoas vacinadas”. Isso mesmo nos confirma António Severino que assegura que os utentes infectados com Covid-19 “estão todos assintomáticos e livres de perigo”. Se considerarmos os efeitos graves que o vírus tem causado noutros lares, no registo de internamentos e mortes, podemos até concluir que a primeira dose da vacina foi decisiva para o cenário de menor gravidade que se vive em Belver.

 

Se tomar a vacina não apanho o vírus?
Esta é uma questão muitas vezes levantada e que cria uma sensação de falsa segurança na comunidade. As pessoas vacinadas não estão totalmente livres de perigo.

João Júlio Cerqueira explica que “quem tomar as duas doses das vacinas terá de continuar a ter os cuidados que teve até à data” porque oferecendo a vacinação uma imunidade de 95%, significa que qualquer pessoa “pode fazer parte dos 5% que não ficam imunizadas com a vacinação”.

A ciência ainda não tem resposta para tudo, lembra o médico: “Ainda não sabemos se as pessoas imunizadas, apesar de não terem a doença ou sintomas da doença, podem ou não infectar outras após serem contagiadas”. Além disso, “com o aparecimento das novas variantes, ainda é cedo para saber qual a eficácia das vacinas nesses casos”.

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