No âmbito da conferência História Militar de Portugal, realizada recentemente no Museu Nacional Ferroviário, o coronel Luís Paulo Sodré de Albuquerque, especialista em heráldica militar e antigo diretor do Museu Militar de Lisboa, enfatizou o papel de defesa nacional do território hoje conhecido por Médio Tejo.

Pensar Portugal como um corpo cujo órgão mais sensível, decisivo e decisor é Lisboa, a capital, porto importante e a cidade há muito a mais importante e cosmopolita do país, é comum. Mas não o é tanto ver o território hoje definido por Médio Tejo como o órgão que praticamente surgiu e se desenvolveu ao longo da Idade Média e até ao final do século XX para proteger e defender estrategicamente a nossa metrópole lusitana. (...)

A conjugação funcional entre a ferrovia e as bases militares instaladas foi evidente, e não foi naturalmente alheia às que se criariam mais tarde. Neste sentido, e tendo ainda em consideração a guerra colonial nas antigas províncias ultramarinas, foram criadas sucessivamente no Entroncamento, e entre outras unidades, o Batalhão de Sapadores de Caminhos de Ferro (BSCF, criado em 1884), a Companhia Divisionária da Manutenção Militar (em 1955), o Batalhão de Serviço de Material (1975) e o Regimento de Manutenção (já em 2006). (...)

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