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15 AGO 2021
OPINIÃO | "Vale a Pena Viver!", por Anabela Ferreira
Por Jornal Abarca

Já o poeta dizia que “afora este mudar-se cada dia,/ Outra mudança faz de mor espanto:/ Que não se muda já como soía.” Esta permanente mudança, e aleatória, é, paradoxalmente, uma das constantes da vida.

Por vezes, na caminhada humana, perde-se o rumo e, claro, quem não sabe para onde vai tem passos incertos, aleatórios, e nem os ventos lhe chegam a ser contrários, pois, como respondeu o gato a Alice no seu passeio pelo País das Maravilhas, quando esta lhe perguntou para onde ía determinada estrada, dizendo-se perdida, “para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve.” – Lewis Carroll.

Ora, também considero válido que “O mistério da existência humana não reside apenas em permanecer vivo, mas em encontrar algo por que valha a pena viver.”, citando Fiódor Dostoiévski. Para quem caminha por caminhar, e já não é pouco, pois cada passo é uma conquista e o caminho em si é toda uma aprendizagem, será melhor, ou mais fácil, se encontrar um rumo, um objetivo, uma meta, ou como se lhe queira chamar. A vida terá mais sabor do que um simples boiar num “mar de sargaço”.

Tudo isto varia em cada um de nós e até com alterações mais ou menos frequentes consoante a pessoa é mais ou menos instável, diriam uns, progressista e adaptada às novas situações e realidades, diriam outros. Tudo é uma questão de interpretação, de perspetiva. Aqui, como em quase tudo, há que ser relativista.

Assim, para alguns um rumo, ou simplesmente um ponto que constitua mais uma razão para viver, quer seja uma determinada pessoa, a família, a profissão, a defesa de um determinado ideal, uma causa, um projeto (de vida ou outro – veja-se a extraordinária maravilha de cada jovem que agora deu o seu melhor para prestar provas do que aprendeu e reunir as bagagens para a grande aventura do seu futuro), até um animal de estimação, o fruir do que a natureza nos dá, às vezes pelo deleite de uma simples paisagem ou pela inalação de um aroma campestre, de umas braçadas nas águas frias e salgadas do nosso Atlântico, ou numa qualquer albufeira doce, calma e tépida, ou dos aportes que obras do ser humano nos trazem como a leitura de um texto, uma música que nos maravilha, um filme que nos faça refletir, uma visita a um monumento ou museu…é essencial. O elenco é vasto e o que pode para mim ser óbvio pode ser considerado por outro um perfeito disparate. Trata-se do ser humano e da sua multiplicidade. Julgo que, na generalidade, quem tem filhos fica com esta equação das escolhas logo pelo menos meio resolvida. Mesmo que estes não preencham o topo da sua lista, em algum local da mesma eles aparecerão. Não há listas certas ou erradas. Trata-se do livre-arbítrio.

Pois bem, os problemas existem, mas para tudo há de haver uma ou múltiplas soluções. Tudo se ultrapassa. Cada dia é, de facto, uma bênção. Motivos para viver não faltam, ainda mais com as férias de tantos a aproximarem-se e vivendo nós num país tão lindo para desfrutar. Da costa ao interior, da gastronomia aos costumes e ritos, lendas, músicas…só é preciso manter-se vivo.

Sinta! Usufrua! Viva!

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