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01 FEV 2022
ENTRONCAMENTO | Morte de criança gera onda de solidariedade e revolta
Por Jornal Abarca

Após um acidente de viação no dia 28 de Janeiro que culminou na morte de Beatriz, uma criança de quatro anos, além do internamento em estado grave do irmão de 13 anos e da mãe, que seguiam na mesma viatura, a comunidade do Entroncamento uniu-se numa série de acções em homenagem à criança, nomeadamente vigílias e depósito de peluches na escadaria do edifício da Câmara Municipal do Entroncamento.

Joana, nome fictício de uma das organizadoras do protesto, revela que a iniciativa começou de modo informal em conversa com a irmã “para dar algum conforto à família, se é que é possível numa situação destas”. A mulher, mãe, sentiu-se comovida com a tragédia: “Foi um choque! Passo ali muitas vezes com os meus filhos, podíamos ter sido nós”.

Rapidamente a notícia se espalhou nas redes sociais. O que começou por ser um acto entre um grupo de amigos comovido com a situação, rapidamente se transformou num movimento de grande dimensão: “Ficamos felizes pela adesão das pessoas, mas o contexto é de enorme tristeza”.

Depois de serem retirados definitivamente do local de homenagem nesta terça-feira, dia 1 de Fevereiro, os peluches vão ser doados a associações que se mostrem disponíveis para os receber.

 

Ponto de ignição do problema maior

Joana frisa que “a iniciativa não tem nada a ver com os problemas com a comunidade cigana, mas neste momento isto tornou-se maior do que pretendíamos”.

O envolvimento da comunidade cigana no tema advém do facto de o acidente ter sido, aparentemente, provocado pelo excesso de velocidade da viatura que embateu no carro em que Beatriz seguia, e que era conduzida por um indivíduo de etnia cigana: “As pessoas relatam que o carro ia a mais de 100km/h”, comenta Joana.

Mesmo destacando que “só queríamos dar algum consolo à família nesta hora de dor”, a verdade é que “o sentimento de insegurança na cidade existe há muito tempo” devido à dificuldade de integração da comunidade cigana: “O problema arrasta-se e nada é feito”, atribuindo culpas ao poder político.

A mulher reconhece que, embora não fosse este o objectivo, esta iniciativa que está a mover a cidade do Entroncamento “ajuda a falar no assunto”. O facto de aceitar dar o seu testemunho, mas apenas com um nome fictício prende-se precisamente com o “medo de repercussões”, até porque conhece “pessoas que estão a ser ameaçadas”.

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