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20 JUN 2022
EDITORIAL | "Estações", por Margarida Trincão
Por Jornal Abarca

O dia acordou cinzento e não houve sol que conseguisse romper as nuvens. Entre o nostálgico e o acolhedor como são todos os dias em que o astro-rei não se quer mostrar.

As notícias vão correndo pelo canal televisivo a que elas se dedica de manhã à noite. São as mesmas ao longo de horas e horas. Mudam os nomes das emissões, mas o que se transmite salvo raríssimas excepções é sempre o mesmo. Não me queixo. Não oiço, nem vejo para além do primeiro noticiário… Mas o televisor continua ligado, nem sempre me apetece viver o silêncio.

As janelas grandes deixam entrar a serena luz. O verde das plantas agradece e floridas orquídeas cor de rosa ou meio salmonadas também. É domingo, um dia igual a qualquer outro, com a diferença que os mails são em menor número e que amanhã começa mais uma semana de trabalho, para quem tem horários para cumprir. Não é o meu caso. Trabalho às horas que quero e me apetece, sendo certo que tenho que fazê-lo. Privilégio de quem já atingiu algumas décadas de descontos. Há que encontrar o lado positivo das cãs.

Em junho é o mês das festas. Para além dos arraiais populares dos santos António, João e Pedro, vários concelhos da região têm as suas festas e feiras municipais. De Torres Novas, a Mação, passando pelo Entroncamento, Vila Nova da Barquinha e Abrantes. É o mês do solstício em que as horas de sol começam vagarosamente a diminuir, atenuando o calor estival, que nem sempre obedece às temperaturas convencionais das estações.

Turbulentos têm sido os últimos anos. Confinamentos, pandemia e a COVID-19 que por cá parece ter ganhado raízes, e o pior de todos os mais de cem dias de guerra que continua a flagelar ucranianos. Mas há mais guerras pelo mundo, mais mortes por déspotas e facínoras, por doença e fome… vítimas sem nome, em terras longe do mundo “civilizado”. Civilizado? Sê-lo-á. Não é fácil acreditar quando alguns dos estados dos Estados Unidos continuam a defender a Segunda Emenda da carta de direitos da Constituição, datada de 1791. A fidelidade canina ao texto constitucional esconde o poderoso lóbi das armas.

Regressemos ao nosso pequeno mundo e às gentes que nele deixam a sua boa pegada. Falamos de Margarida Carpinteiro, de Fernando Freire, de Jorge de Brito ou de Manuel João Alves que contam as suas histórias nesta edição. E já agora, neste final de primavera e começo de verão, não deixe de ler os nossos cronistas.

Quero apenas cinco coisas... / Primeiro é o amor sem fim / A segunda é ver o outono / A terceira é o grave inverno / Em quarto lugar o verão / A quinta coisa são teus olhos / Não quero dormir sem teus olhos. / Não quero ser... sem que me olhes. / Abro mão da primavera para que continues me olhando”. (Pablo Neruda, 1904-1973).

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