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31 JUL 2019
Sobre Água das Casas: "Nunca senti as pessoas tão gratas por algo que escrevi"
Por Jornal Abarca

Nasceu na aldeia de Água das Casas, Abrantes, no dia de São Martinho de 1967 e é uma das figuras de referência da cultura na região. José Martinho Gaspar dirige a revista Zahara, é professor de História e escritor, mas no último ano esteve em regime de mobilidade a trabalhar na Câmara de Abrantes. 

O que simboliza para si Água das Casas?
É uma aldeia com cerca de 30 habitantes, mas eu sou de um tempo em que teria cerca de 200. Era completamente diferente, com uma população jovem, mas bastante isolada da sede de concelho. Só aos 13 anos é que tive luz eléctrica e só no final do século é que houve água canalizada. Mas as pessoas criavam alternativas a estas contrariedades. Fiz a escola primária na transição do 25 de Abril, não havia muita gente que tivesse oportunidade de ir além da primária e o 25 de Abril foi uma oportunidade para muitos. 

A profissão de professor é injustiçada?
É sobretudo difícil. É grata em muitos aspectos como ao vermos alunos com percursos fantásticos, às vezes vindos de realidades com muitas dificuldades, verdadeiros casos de superação, estes casos especiais são gratificantes. E depois os antigos alunos que nos encontram e falam connosco também é gratificante. Sob o ponto de vista financeiro, para as expectativas que as pessoas tinham, houve algumas coisas que foram defraudadas. Para quem tem menos de vinte anos de serviço entrou numa fase em que foram quase espoliados, nem sob o ponto de vista financeiro nem da estabilidade têm uma vida boa. 

Que projecto gostaria de concretizar no concelho de Abrantes?
Um projecto que pudesse recuperar todo o património imaterial, e material a ele associado, do concelho e da região. Que se pudesse fazer um grande repertório desse material e que estivesse disponível ao público. E que levasse a que muitos aspectos da cultura tradicional das freguesias que se perdeu e está em vias de se perder pudesse ser reinventado. Em 2014 escrevi um livro sobre a minha aldeia que se chama “Água das Casas: Memória de uma comunidade” que é um registo desse património com base sobretudo na tradição oral, de forma a não se perder essas histórias e a homenagear algumas pessoas. Nunca senti as pessoas tão gratas por algo que escrevi como aí. O que significa que isto faz sentido.

Poderá ler o resto da entrevista na edição em papel do Jornal Abarca, disponível nos postos de venda habituais.

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