Em pleno perímetro urbano de Rio Maior, muito próximo de uma das escolas da cidade, mora um adamastor industrial criado no início do século XX. A 15 de setembro perfaz exatamente 100 anos que foi constituída por escritura pública a Empresa Industrial Carbonífera e Electrotécnica Lda.
Há sempre uma emoção estranha e algo complexa que nos ermos de uma montanha, nas imediações de uma metrópole ou mesmo incrustado como um quisto desmedido na malha urbana de uma cidade nos abeiramos de um complexo fabril abandonado pelo desprezo que lhe dedicam os homens. São muitas vezes colossos de uma arquitetura industrial desproporcionada e quase sempre enigmática, tiveram uma função grandiosa e foram durante muitas décadas o íman para onde se guiava a bússola de centenas, talvez até de milhares de homens e também de mulheres. O pulsar do seu trabalho, dos braços dos operários ou do girar das suas roldanas, a agitação humana à volta dos seus produtos prontos a encaixotar e a despachar e a trepidação febril das suas máquinas, que acompanhava o suor dos que com elas laboravam, pararam e deram lugar a uma solidão melancólica e silenciosa que talvez seja também um grito de revolta. (...)
Foi há mais de cem anos, em 1914, no decorrer da I Guerra Mundial, que começou a história das antigas minas de carvão do Espadanal, em Rio Maior. Era uma das soluções do Governo da I República para fazer face à falta de combustíveis que se sentia no país. O carvão encontrado nas jazidas locais não era de uma extraordinária qualidade, mas os pioneiros consideraram que, mesmo assim, valeria a pena continuar as pesquisas do subsolo e explorar a camada de lenhite surgida. (...)
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