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01 ABR 2024
ALCANENA | Presidência e oposição unidos contra instalação de linhas de muito alta tensão
Por Jornal Abarca

A REN (Redes Energéticas Nacionais) pretende instalar uma linha de muito alta tensão, entre Leiria e Rio Maior, com uma extensão de 72 quilómetros, cujo objectivo é "assegurar a adequada ligação dos novos centros electroprodutores renováveis às redes, garantindo as condições necessárias ao escoamento da energia produzida". A linha, com tensão muito elevado (150 000 V, 220 000 V ou 400 000 V), irá passar pelos concelhos de Leiria, Batalha, Ourém, Porto de Mós, Alcanena, Torres Novas, Santarém, Rio Maior e Caldas da Rainha, atravessando o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros.

A passagem desta linha no concelho de Alcanena, concretamente pelas freguesias de Minde, Moitas Venda, União de Freguesias de Alcanena e Vila Moreira, Bugalhos e União de Freguesias de Malhou, Espinheiro e Louriceira, tem levantado vários protestos da população, a que se juntam em concordância o executivo camarário e a oposição.

De tal modo que no dia 27 de Março se realizou uma Assembleia Municipal Extraordinária, convocada pela presidente Tereza Sampainho, em que o principal ponto em discussão foi precisamente a instalação desta linha que irá atravessar 5 das 7 freguesias do concelho (excluem-se Monsanto e Serra de Santo António).

Rui Anastácio, presidente da Câmara Municipal de Alcanena, manifesta-se contra a instalação da linha no traçado apresentado pela REN até porque "existe já uma linha entre Rio Maior e o Pego, e depois entre o Pego e a Batalha, basta duplicar essas linhas" para que possa receber a tensão pretendida. "É mais longe, claro, mas evita que se faça esta nova linha" que irá atravessar várias freguesias.

O autarca refere que recebeu este traçado provisório há cerca de duas semanas "e chamámos logo à atenção, sobretudo relativamente ao traçado no Covão do Coelho". Rui Anastácio sublinha que a autarquia está bem preparada tecnicamente e informa que foi preparado um grupo de trabalho para fazer a defesa dos interesses dos habitantes do concelho: "Tenho estado em contacto inclusive com o presidente da Câmara Municipal da Batalha, e defendemos que há alternativas", concretamente a linha já referida com passagem pelo Pego.

Nesse sentido, Rui Anastácio sente que o executivo saiu fortalecido da Assembleia Municipal Extraordinária para defender a alteração do actual projecto: "Estamos a fazer pressão, mobilizámos as freguesias, e estamos a mobilizar as pessoas, sentimo-nos mandatados para lutar".

Também José Luís Ramos, vereador sem pelouro do Partido Socialista, alerta que "o tema é demasiado importante" apelando à participação popular. Assim, defende que o projecto seja instalado na "melhor localização em defesa de todas as populações" acreditando que o actual traçado trará consequências negativas para Alcanena concretamente "em termos urbanísticos, actividades económicas onde se inclui o turismo, desporto e lazer, saúde humana, habitat naturais, ecossistemas de fauna e flora", ou seja, e conclui, "a mudança integral da paisagem de um concelho com fortes impactos sociais".

 

IMPACTOS NA SAÚDE
O projecto apresentado pela REN admite que o funcionamente geral da linha eléctrica gerará "emissões acústicas e campos eletromagnéticos" sem aprofundar quais as consequências para a saúda das populações.

A página da Gold Energy indica que "a exposição da população a linhas de muito alta tensão pode ser arriscada. Isto porque os campos electromagnéticos derivados das mesmas podem desenvolver problemas de saúde" nomeadamente doenças oncológicas, abortos espontâneos, malformações congénitas, perturbações do sono, irritabilidade, cansaço, depressão, aumento de agressividade, hipersensibilidade electromagnética e problemas no sistema nervoso que podem impactar negativamente a memória, a cognição e outras funções cerebrais.

O estudo da REN admite ainda que a instalação desta linha terá um impacto negativo ao nível da biodiversidade e da paisagem, concretamente na "destruição da vegetação por desmatação generalizada; abate, decote/desrama da vegetação pela abertura da faixa de servidão e gestão de combustível; afectação da vegetação com valor cénico e ecológico; e intrusão visual determinada pela presença da linha eléctrica".

 

POPULAÇÃO CHAMADA A AGIR
Neste momento vários agentes políticos do concelho, entre outros, têm utilizado as redes sociais para dinamizar a população a manifestar-se contra a instalação desta linha de muito alta tensão no concelho na página da REN onde o processo está disponível para consulta pública.

Para tal os cidadãos devem:

1 - Aceder à página (https://participa.pt/pt/consulta/linha-lavos-rio-maior-1-a-400-kv-troco-entre-o-apoio-129-e-a-subestacao-de-rio-maior);
2 - Fazer o registo com o endereço de e-mail;
3 - Clicar em 'Participar';
4 - Seleccionar 'Discordar' e submeter a participação.

Este processo poderá ser efectuado até às 23.59h da próxima quarta-feira, dia 3 de Abril.

Paralelamente estão a ser promovidos abaixo-assinados pelas várias populações envolvidas.

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